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Coronavírus está a propagar-se de forma inexplicável em alguns países

Uma proporção crescente de infeções com origem desconhecida tem levado governos, como na Austrália e Hong Kong, a tomarem medidas amplas e contundentes, impondo novamente quarentenas a cidades inteiras.

16 de Julho de 2020 às 19:53
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Enquanto países da Ásia-Pacífico enfrentam novos focos de infeção com coronavírus, um dado tem direcionado as respostas de governos: a proporção de casos sem indicação clara de como a infeção aconteceu.

Esses pacientes não podem ser vinculados a outros casos confirmados ou surtos existentes, o que indica cadeias ocultas de transmissão. Uma proporção crescente desses casos em novos focos tem levado governos, como na Austrália e Hong Kong, a tomarem medidas amplas e contundentes, impondo novamente quarentenas a cidades inteiras.

"Dificilmente se pode conter o surto porque não temos ideia onde vai surgir a seguir", disse Yang Gonghuan, ex-diretor-geral adjunto do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China. "Quando há mais casos em que as origens são desconhecidas, aumenta a dificuldade de contenção."

Por outro lado, uma baixa parcela de casos de origem desconhecida significa que as autoridades podem permanecer relativamente tranquilas - como na Coreia do Sul e no Japão - mesmo que o total de novas infeções diárias chegue a centenas.

Esses países podem adotar uma abordagem direcionada e ágil, fechando escolas ou locais de trabalho onde existem focos, mas permitindo que o resto da população viva normalmente.

Esse dado é um sinal revelador para saber se os novos focos em todo o mundo resultarão em ondas maiores e se as pessoas têm de se preparar para um regresso ao confinamento.

Hong Kong: medidas mais rígidas
O centro financeiro asiático desfrutou de três meses de vida normal, antes de uma nova onda surpreendente neste mês, que parece ser a pior. Infeções de "origens desconhecidas" representam metade de todos os novos casos locais, o que indica que estão a surgir em diversos lugares.

A ex-colónia britânica reagiu rapidamente, impondo medidas rigorosas na cidade onde vivem 7,5 milhões de pessoas. As escolas começaram as férias de verão mais cedo, enquanto bares, academias e praias foram fechados. Reuniões públicas são limitadas a quatro pessoas e quem se recusar a usar máscara nos transportes públicos terá de pagar uma multa de 5 mil dólares de Hong Kong (645 dólares).

Melbourne, Austrália: retorno ao bloqueio
Os 5 milhões de residentes de Melbourne estão no meio de uma quarentena de seis semanas devido a uma nova onda de infeções por coronavírus no estado de Victoria, 51% das quais são de origem desconhecida ou ainda estão sob investigação. O surto está a chegar a Sidney, aumentando o receio de que a maior cidade da Austrália se torne um novo epicentro.

Tóquio, Japão: aumento preocupante
Denominadas de "infeções com rotas desconhecidas" por autoridades japonesas, a proporção destes casos quando o novo surto começou à cerca de um mês era inicialmente baixa, em cerca de 20%. Esse dado foi citado pelo governo para justificar poucas medidas e continuar a abrir a economia e a sociedade.

Mas a percentagem de casos de origem desconhecida aumentou agora para cerca de 53%, soando o alarme. Embora o governo japonês não tenha poder legal para obrigar o encerramento de empresas, a degradação da situação leva autoridades do país a adotar um tom mais preocupante, alertando que as empresas podem ter que fechar e pedindo para que as pessoas modifiquem o comportamento.

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