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CDS a favor do estado de emergência e não quer país "aos avanços e aos recuos"

O presidente do CDS-PP anunciou esta terça-feira que o partido vai voltar a votar favoravelmente a renovação do estado de emergência, mas alertou para a necessidade de o país não andar "aos avanços e aos recuos".

António Cotrim/Lusa
23 de Março de 2021 às 20:45
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"O que estamos neste momento a discutir é o estado de emergência para as próximas duas semanas, que o CDS votará favoravelmente", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, depois de uma audiência por videoconferência com o Presidente da República.

O líder centrista salientou que "a prioridade é salvar vidas" e recomendou ao Governo "a máxima prudência na reabertura da atividade económica.

Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que afirmou hoje partilhar o entendimento do Presidente da República no sentido de haver estado de emergência enquanto decorrer o processo de desconfinamento, alegando que todos os passos têm de ser dados com segurança jurídica, o presidente do CDS-PP indicou que o partido fará essa avaliação "a cada 15 dias" segundo o "balanço da situação epidemiológica do país".

"O CDS tem tido uma postura responsável desde o início da pandemia, nós privilegiamos as prudências, as cautelas e um gradualismo na abertura da economia e da sociedade, nomeadamente nesta altura em que urge colocar em cima da mesa a necessidade de o desconfinamento correr bem para não perdermos o verão para o setor do turismo e da restauração, o que seria uma verdadeira catástrofe", defendeu.

O centrista pediu também ao Governo que tenha uma comunicação "baseada em critérios de rigor, de transparência e de clareza para não emitir sinais contraditórios e entrar em incoerência" e que "as medidas vão em encontro da situação epidemiológica para que não se cometa os mesmos erros, para que o Governo planeie, que não ande constantemente a correr atrás do prejuízo e para que os portugueses compreendam que os sacrifícios que estão a fazer são necessários e não deitam por terra todos os esforços que fizeram até aqui".

"Porque se nós andarmos aos avanços e aos recuos, isso terá uma consequência muito grave na nossa sociedade porque, como se vê, já há uma grande fadiga por parte das pessoas e uma saturação em acatar estas mesmas medidas", argumentou.

Quanto à evolução da pandemia de covid-19, Francisco Rodrigues dos Santos assinalou uma "tendência decrescente no número de casos", mas considerou que "os riscos estão a aumentar", nomeadamente a transmissibilidade do vírus, a mobilidade da população, além incidência na população ativa e da incidência da variante britânica.

O líder democrata-cristão defendeu ainda a necessidade do aumento da testagem PCR, a "única que permite detetar as novas variantes altamente perigosas do vírus", e considerou "urgente reforçar o controlo fronteiriço".

A Assembleia da República vai debater e votar na quinta-feira o projeto de decreto presidencial para a renovação do estado de emergência por novo período de 15 dias, com efeitos a partir de 01 de abril e que abrangerá o período da Páscoa.

Em Portugal, morreram 16.794 pessoas dos 818.212 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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