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Casos de covid-19 na Suécia ultrapassam os 500 mil com hospitais no limite
Apesar de ainda existir uma capacidade exra de 20% para acomodar doentes nos hospitais, cresce a preocupação de que a propagação pode acelerar.
A Suécia registou 17.395 novos casos de covid-19 desde sexta-feira, levando o total desde o início da pandemia a subir acima dos 500.000. Ao mesmo tempo, os hospitais lutam para conseguir lidar com a segunda vaga do vírus, avança a Reuters, com base nas estatísticas apresentadas pela autoridade de saúde sueca, esta terça-feira.
O dia 17 de dezembro foi o mais mortífero desde o início da pandemia, com 116 mortes, que ultrapassaram as 115 registadas em abril, o pico anterior. Paralelamente, estão mais pessoas a ser assistidas nos hospitais suecos do que em qualquer ponto anterior da pandemia.
Apesar de ainda existir uma capacidade extra de 20% para acomodar doentes nos hospitais, cresce a preocupação de que a propagação vai acelerar, numa altura em que a população retorna ao trabalho e às escolas, após a época festiva do Natal e Ano Novo.
"É muito óbvio que o sistema de saúde está sobrecarregado neste momento (tal como na primavera)", afirmou o epidemiologista chefe do país, Anders Tegnell. "Estamos perto do limite daquilo que o sistema de saúde é capaz de suportar", concluiu.
Tegnell foi também o arquiteto da estratégia que levou a Suécia a procurar evitar o confinamento, ao contrário do que foi regra nos restantes países da Europa e do mundo. Um inquérito de dezembro mostra que a população sueca está menos confiante em relação às opções políticas, com apenas 47% - comparando a 53% do mês anterior – a dizerem que têm uma elevada ou relativamente elevada confiança no governo e respetivas agências.
A taxa de mortalidade na Suécia é várias vezes mais elevada que a dos vizinhos nórdicos, embora fique ainda assim abaixo de alguns dos países europeus que optaram pelo confinamento.