Notícia
Bosch fecha fábrica de Aveiro por falta de matéria-prima
Após o encerramento em Ovar devido ao estado de calamidade, a covid-19 obriga o grupo alemão a interromper também a produção de esquentadores, caldeiras e bombas de calor em Aveiro. Mais de mil trabalhadores afetados.
A Bosch decidiu encerrar temporariamente a fábrica da Bosch em Aveiro, apurou o Negócios. Especializada na produção de esquentadores (elétricos e a gás), caldeiras e bombas de calor, a atividade foi interrompida esta segunda-feira, 23 de março, e os trabalhadores entraram de férias antecipadas.
Esta é a segunda unidade portuguesa do grupo a interromper a produção por causa da covid-19, depois de a fábrica de Ovar, especializada em sistemas de videovigilância e comunicação, ter sido obrigada a fechar portas na semana passada devido à situação de calamidade decretada naquele concelho.
Contactada pelo Negócios, fonte autorizada da multinacional alemã confirmou que esta unidade de termotecnologia, a partir da qual é gerida toda a área de negócios de água quente residencial do grupo, foi "obrigada a suspender as atividades de produção por falta de matéria-prima".
O encerramento da fábrica aveirense foi determinado "pelo menos durante uma semana". No início da próxima semana, já quase no final de março, a situação será reavaliada pela estrutura de gestão em Portugal, liderada por Carlos Ribas, que admite prolongar esta suspensão da atividade se o problema se mantiver.
Em conjunto, estas duas fábricas encerradas no distrito de Aveiro empregam mais de mil pessoas, num total de 5.500 trabalhadores no país. Cerca de 60% estão concentrados na Bosch Car Multimédia, em Braga, que abrandou a atividade mas continua em laboração, apesar de um caso de infeção por covid-19 ter obrigado a mandar para casa os colaboradores de duas linhas de produção.
No ano passado, a Bosch Car Multimédia ocupou o quarto lugar no ranking das empresas que mais exportam em Portugal, que 14 anos depois volta ser liderado pela Autoeuropa. O volume de negócios da Bosch em Portugal ascendeu a 1,7 mil milhões de euros em 2018, o que representou uma subida de 13% face ao ano anterior. As contas de 2019 ainda não foram apresentadas.