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Boris Johnson admite mais restrições em Inglaterra para travar pandemia

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, avisou este domingo que poderão ser decretadas restrições mais rigorosas na Inglaterra para combater a rápida propagação do coronavírus, atribuída a uma nova variante.

03 de Janeiro de 2021 às 18:22
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O Reino Unido é um dos países europeus mais atingidos pela covid-19, com 75.024 mortes.


Nas últimas 24 horas, mais de 55 mil pessoas testaram positivo para o vírus, ultrapassando a barreira das 50 mil pelo sexto dia consecutivo, de acordo com os dados oficiais divulgados no hoje.


"Podemos ter de fazer nas próximas semanas coisas que serão mais difíceis em muitas partes do país", disse Boris Johnson à BBC.


Acrescentou que o encerramento das escolas, uma medida tomada no final de março durante a primeira vaga da pandemia, "é uma dessas coisas".


Embora o líder conservador tenha dito que a educação das crianças é uma "prioridade", salientou a necessidade de reconhecer "o impacto da nova variante do vírus".


Cada uma das quatro nações - Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales - que integram o Reino Unido decide a sua própria estratégia de luta contra o vírus.


No Reino Unido, três quartos da população regressaram ao confinamento e o início do ano escolar foi adiado para alguns alunos, especialmente em Londres e no sudeste de Inglaterra, que são particularmente afetados pelo aumento dos casos.


Em áreas onde as escolas estão abertas, Johnson encorajou os pais a enviarem os filhos à escola, sublinhando que é "seguro".


"O risco para as crianças e os jovens é muito, muito baixo", disse.


O Sindicato Nacional da Educação, um agrupamento de professores, disse que as escolas deveriam permanecer fechadas por razões de segurança.


"As escolas desempenham um papel importante na propagação da infeção", disse Jerry Glazier, membro do comité executivo nacional da NEU, citado pela agência francesa AFP.


"Por isso, pensamos que as escolas são perigosas, tanto para as crianças como para o pessoal", disse, acrescentando que "muitos professores estavam muito ansiosos por regressar ao trabalho".


No jornal Sunday Mirror, o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, criticou a ação do governo.


"Há confusão entre pais, professores e alunos sobre quem voltará à escola e quem não voltará", disse.


A partir de segunda-feira, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo grupo AstraZeneca será administrada no Reino Unido.


Um total de 530.000 doses estará disponível a partir de segunda-feira, e espera-se que dezenas de milhões de doses estejam disponíveis até ao final de março, tendo o Reino Unido encomendado um total de 100 milhões de doses.


Mais de um milhão de pessoas no Reino Unido já receberam uma dose da vacina da aliança Pfizer/BioNtech, que tem vindo a ser administrada desde 08 de dezembro.


Para ambas as vacinas, é necessária a toma de duas doses.


O governo decidiu alargar a administração da segunda dose de 3 para 12 semanas para assegurar que o maior número possível de pessoas receba a primeira dose, uma decisão que levantou dúvidas da comunidade científica e da Pfizer/BioNtech.


"Cada vez que vacinamos alguém uma segunda vez, não vacinamos outra pessoa pela primeira vez. Isto significa que estamos a perder a oportunidade de reduzir significativamente o risco de as pessoas mais vulneráveis ficarem gravemente doentes de covid-19", justificou Jonathan Van-Tam, vice-chefe médico de Inglaterra em declarações a imprensa.

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