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Autarca de Odemira apela ao Governo para levantar cerca sanitária
O presidente da Câmara de Odemira (distrito de Beja) disse esta quinta-feira ter pedido ao primeiro-ministro, na quarta-feira, o levantamento da cerca sanitária aplicada em duas freguesias do concelho, por se verificar um decréscimo acentuado de casos ativos de covid-19.
06 de Maio de 2021 às 16:31
"Ontem a Câmara consensualizou que fosse remetido ao senhor primeiro-ministro uma proposta a pedir que ponderem o eventual levantamento da cerca sanitárias e a explicar o contexto em que estamos", indicou José Alberto Guerreiro em conferência de imprensa nos Paços do Concelho de Odemira.
Segundo o autarca, o documento enviado na quarta-feira ao Governo está alicerçado em três aspetos fundamentais: a descida muito acentuada de casos ativos de covid-19, o considerável decréscimo de infeções nas freguesias sob cerca sanitária, e o sofrimento e as dificuldades das populações locais na gestão das suas vidas e das atividades económicas.
"Apelámos ao Governo para que ponderasse bem, face à realidade do território, à consciência cívica que se vive nas duas freguesias e face ao assumir de responsabilidades por todas as entidades envolvidas", frisou.
Para o autarca, "há um contexto que o Governo deve ter em ponderação, sabendo que as autoridades de saúde têm uma avaliação muito cautelosa nesta matéria".
José Alberto Guerreiro adiantou que hoje mesmo vai fazer chegar ao Governo uma reivindicação para que se inicie com urgência a vacinação de todas as pessoas com mais de 50 anos.
"É urgente o processo de proteção das pessoas em Odemira, porque há vacinas disponíveis e capacidade para se proceder à vacinação", alegou, acrescentando que nos últimos 14 dias foram feitos mais de dois mil testes a cidadãos residentes no concelho, tendo sido concluído o processo de vacinação de pessoas com mais de 60 anos.
As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura na região.
Na sexta-feira, o Governo determinou "a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional", da "totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes" que compõem o complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve (Odemira), para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático".
O complexo Zmar ocupa 80 hectares na freguesia de Longueira-Almograve, integra serviços comuns, como piscina ou 'spa', e cerca de 260 casas individuais, das quais perto de 100 pertencem ao próprio empreendimento e as outras 160 são de privados.
Desde que foi determinada a requisição temporária do Zmar, para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático", os proprietários destas casas têm protestado contra a decisão do Governo.
Na quarta-feira, o advogado que representa um grupo de proprietários revelou que interpôs em tribunal uma providência cautelar contra a fundamentação da requisição temporária do complexo turístico.