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António Costa: Vai ser um fim de semana "muito duro", mas é "mal menor"
O primeiro-ministro dirigiu-se aos portugueses, num vídeo, onde admite que este vai ser um fim de semana diferente, mas é o "mal menor" para preservar a normalidade durante a semana e evitar fechar escolas e economia.
"Este vai ser um fim de semana muito duro para todos". O reconhecimento é feito por António Costa numa mensagem de vídeo dirigida aos portugueses, onde o primeiro-ministro justifica as medidas de recolhimento obrigatório durante a tarde e noite, nos concelhos mais afetados pela pandemia, este fim de semana e o próximo, com a necessidade de conter as novas infeções, sem ter que voltar a encerrar escolas e a economia, como aconteceu na primeira vaga.
Numa mensagem com cerca de quatro minutos, António Costa reconhece que as medidas de confinamento em vigor nos próximos dois fins de semana são duras para todos os portugueses e "para muitas atividades económicas, para a restauração e para o comércio, que vão ter prejuízos grandes este fim de semana", mas são um "mal menor".
"Todos nos lembramos do que tivémos que fazer na primeira vaga para travar a pandemia", lembra António Costa, acrescentando que "foi necessário fechar a generalidade das atividades económicas, fechar as escolas e ficarmos todos fechados em casa". Mas, lembra o primeiro-ministro, isto teve um custo: "Houve milhares de empregos que foram destruídos e uma imensa perda de rendimento por parte das famílias". E é isto que o Governo quer evitar: "Temos de evitar isto e por isso evitamos pelo mal menor".
Como explica António Costa, "o mal menor é concentrar esses esforços nestes fins de semana para tentar preservar a continuidade da vida normal durante a semana, sem voltar a interromper o ano letivo e sem voltar a interromper a generalidade das atividades económicas".
Mas esta não é a única razão, nem sequer a principal, apontada pelo primeiro-ministro para a implementação das medidas de recolher obrigatório durante grande parte do fim de semana. "A primeira razão é que a situação da pandemia é mesmo muito grave", explica António Costa, adiantando que, "na primeira vaga, o máximo de casos foi 1.516, ainda ontem tivemos mais 6.653 novos casos, mais de quatro vezes mais".
Ajudar os profissionais de saúde, neste momento difícil, é a terceira razão apontada por António Costa para tomar medidas mais duras. "Temos de dar todo o nosso apoio aos profissionais de saúde, aos médicos, aos enfermeiros, aos assistentes operacionais, aos técnicos de diagnóstico, àqueles que estão neste momento nos hospitais ou nos centros de saúde a fazer tudo, um esforço imenso para tratar os doentes, para acompanhar aqueles que estão em casa confinados em vigilância", argumenta António Costa.
Dadas as três justificações para a necessidade de adotar medidas mais duras – travar a pandemia, evitar um novo confinamento e ajudar os profissionais de saúde – António Costa termina a sua mensagem com um apelo aos portugueses: "É isso que temos que fazer estes fins de semana e ficar em casa".