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António Costa diz que SNS terá resposta para pandemia no Vale do Sousa e afasta cercas sanitárias

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira, em Paços de Ferreira, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá "resposta para as necessidades" face ao previsível aumento da pandemia de covid-19 na região do Vale do Sousa.

Estela Silva / Lusa
21 de Outubro de 2020 às 20:10
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"Neste momento, aquilo que o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte nos pôde assegurar é que, mesmo tendo em conta aquilo que é a previsão de aumento de pandemia na região [interior do distrito do Porto] ao longo das próximas semanas, haverá resposta do SNS para as necessidades de internamento geral e de internamento em cuidados intensivos", afirmou.

António Costa respondia à questão dos jornalistas sobre a capacidade de resposta do hospital de Penafiel, a unidade de referência de uma região com meio milhão de habitantes, que por estes dias tem enfrentado grandes dificuldades, com a insuficiência de profissionais.

"Da avaliação que foi feita sobre a capacidade de resposta no conjunto da região, nós não podemos olhar para cada unidade hospitalar como uma unidade isolada. Nós temos que olhar como uma peça de uma rede que existe em cada região", acrescentou o chefe do Governo.

O primeiro-ministro reuniu-se hoje com os presidentes das câmaras de Paços de Ferreira (Humberto Brito), Felgueiras (Nuno Fonseca) e Lousada (Pedro Machado) e com representantes das autoridades de saúde locais e regionais, para avaliar o aumento de casos de covid-19 naqueles municípios do interior do distrito do Porto. O secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, que coordena a resposta do Governo à covid-19 na região Norte, também participou na reunião.

Segundo o chefe do executivo, apesar do aumento da pandemia no território, "não está em causa uma cerca sanitária, nem um confinamento obrigatório".

"Estão em causa medidas que visam conter a expansão da pandemia que tem origem em contágios iminentemente resultantes do convívio social", reforçou, sinalizando que a maioria dos casos, segundo as autoridades locais de saúde, não tem "ocorrido predominantemente em contexto laboral ou escolar".

Os contágios, assinalou, aconteceram "em atividades sociais, festas, encontros de natureza familiar ou não familiar".

"É isso que temos de ter capacidade de conter nos próximos dias", insistiu, precisando que, da reunião de hoje, resultaram algumas medidas consensuais que serão implementadas nos próximos dias.

O primeiro-ministro indicou aos jornalistas que se vai trabalhar no "aumento da capacidade de testagem, de forma a ter identificados os casos e se poder cortar as cadeias de transmissão" e "aumentar os inquéritos epidemiológicos", com a colaboração dos municípios, "para recuperar o atraso que existe" nessa área.

Anotou, também, a necessidade de criar na região "espaços alternativos [de retaguarda] para responder às situações que não requerem internamento hospitalar diferenciado, mas que requerem cuidados, de forma a aliviar as unidades hospitalares".

O encontro de hoje permitiu também, concluiu, "recolher uma série de sugestões" para que o ministro da Administração Interna e a ministra da Saúde, "no âmbito das competências que têm em situação de Estado de Calamidade, possam adotar [medidas], nos próximos dias, para procurar conter aqui a pandemia".

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