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UE só recupera nível pré-pandémico no segundo trimestre de 2022

A nova vaga de infeções está a atrasar a recuperação da economia europeia que é cada vez mais desigual. Muitos Estados-membros, entre os quais Portugal, só conseguirão atingir o nível pré-crise no final do próximo ano.

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A União Europeia só deverá recuperar o seu nível de atividade pré-pandemia no segundo trimestre do próximo ano. E mesmo assim, em muitos países, entre os quais Portugal, a retoma vai levar ainda mais tempo. A projeção foi avançada esta quinta-feira pelo comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, na apresentação das Previsões de Inverno, em Bruxelas.

"A União Europeia vai recuperar o seu nível pré-crise no segundo trimestre de 2022, mas um em cada quatro Estados Membros vai precisar de mais tempo", disse Paolo Gentiloni, explicando que em grande medida a heterogeneidade da recuperação está relacionada com o impacto da pandemia específico de cada país, e as respetivas medidas para conter os contágios.

Nas previsões agora publicadas, a Comissão cortou o crescimento previsto para a zona euro este ano dos anteriores 4,2% para 3,8%. Também o conjunto da União Europeia teve uma revisão em baixa, dos 4,1% esperados em novembro, para os 3,7% que se antecipam agora. Portugal deve crescer 4,1%, um número acima do verificado na média dos parceiros, mas que não chega para compensar a queda mais funda que teve em 2020.

Na conferência de imprensa, Paolo Gentiloni explicou que o cenário central da Comissão Europeia assume o cumprimento da meta de vacinação reafirmada ainda esta quarta-feira pela presidente Ursula von der Leyen. Apesar das dificuldades na produção e distribuição de vacinas, que têm comprometido os calendários iniciais de entrega que estavam previstos, von der Leyen disse ontem que "não existem razões para rever a meta de 70% da população adulta imunizada no final do verão".

Mas num cenário mais pessimista, em que as medidas de confinamento tenham de ser prolongadas e em que a confiança fique minada pelas variantes do vírus da covid-19, o crescimento em 2021 "fica limitado a 2%", assumiu hoje o comissário. Já numa perspetiva otimista, em que as vacinas sejam entregues mais cedo, o PIB cresce um ponto acima do agora previsto, somou Paolo Gentiloni.

Válvula de escape deve manter-se ativa por mais tempo

Questionado sobre se a válvula de escape das regras orçamentais se vai manter ativa, Paolo Gentiloni não quis adiantar uma decisão, que se espera que seja tomada "nas próximas semanas".

Porém, o comissário reconheceu que "é claro nesta projeção que as nossas dificuldades económicas não vão terminar em dezembro deste ano", sugerindo assim que será preciso manter a obrigatoriedade de conter o défice orçamental abaixo de 3% do PIB e de reduzir a dívida pública com vista ao objetivo de 60% do PIB suspensa.

As projeções apresentadas agora pela Comissão Europeia não atualizam as perspetivas para as finanças públicas dos países. Mas é de esperar um impacto negativo, em resultado de um crescimento mais fraco e da necessidade generalizada de ativar mais apoios às empresas e famílias, com os consequentes efeitos no défice orçamental, e na dívida pública.
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