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Subida do salário mínimo atenua riscos de deflação em Portugal
Bruxelas avisa que a recuperação do mercado de trabalho português pode estar a ser guiado por medidas activas de emprego. Subida do salário mínimo dará uma ajuda no combate à deflação.
Segundo as previsões de Outono, publicadas esta manhã pela Comissão Europeia, a taxa de desemprego portuguesa deverá continuar a seguir uma tendência de descida, mas a um ritmo mais lento do que o Governo português espera. Para 2014, Bruxelas espera um desemprego de 14,5% e para 2015 de 13,6%. O Ministério das Finanças inscreveu no Orçamento do Estado para 2015 valores ligeiramente mais baixos, de 14,2% e 13,4%, respectivamente.
"O mercado de trabalho português continua a melhorar, com o emprego a crescer cerca de 2% no primeiro semestre de 2014 [face ao período homólogo] e o desemprego a cair para os 14% em Agosto de 2014, dois pontos mais baixo que no ano passado", pode ler-se no relatório. No entanto, a Comissão nota que uma parte da recuperação está a ser alimentada por medidas activas de emprego que "sobrestimam as dinâmicas do mercado de trabalho". "Assim, prevê-se que o emprego se expanda 1,6% em 2014 e 0,8% em 2015 e 2016", acrescentam os técnicos comunitários.
No mesmo capítulo sobre mercado de trabalho, a Comissão Europeia refere que a inflação estagnou em Setembro, mas que "a subida do salário mínimo em Outubro de 2014 deverá conter os riscos deflacionários".
Uma evolução fraca dos preços tem sido um dos principais riscos identificados na Zona Euro, com a sombra da deflação cada vez mais presente. A Comissão Europeia, que nem se mostrou muito entusiasmada com a subida do salário mínimo em Portugal, refere agora uma possível consequência positiva para a evolução da inflação nacional.