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Quebra nos preços da energia e menor subida dos alimentos aprofunda inflação negativa em Portugal
Os preços em Portugal caíram 0,2% em novembro, pressionados pelos produtos energéticos e pelo vestuário e calçado.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta segunda-feira que o índice de preços no consumidor (IPC) recuou 0,2% em novembro face ao mesmo mês do ano passado, sendo este já o quarto mês seguido (e o sexto de 2020) em que Portugal regista uma taxa de inflação negativa.
A estimativa rápida revelada a 30 de novembro já apontava para esta variação, sendo que hoje o INE revela o detalhe com as variações das várias classes de produtos e serviços que são utilizados para calcular a inflação em Portugal.
Olhando para os agregados, percebe-se que o agravamento da inflação negativa (era de –0,1% em outubro) está relacionado com a queda profunda dos preços dos produtos energéticos (permaneceu em -6%), e pela subida menos acentuada dos produtos alimentares não transformados. Este último agregado registou uma variação homóloga de 3,8% em novembro, o que representa a taxa de variação mais baixa desde março.
O preço dos alimentos aumentou em Portugal com a pandemia, sendo que em abril, maio e junho as taxas de variação homólogas foram superiores a 5%. Nota-se agora um abrandamento nesta tendência, o que está a contribuir para aprofundar a inflação em valores negativos.
Na análise por classes, o INE destaca a queda homóloga de 1,3% nos preços do "lazer, recreação e cultura (classe 9)" e a descida de 3,7% do "vestuário e calçado (classe 3)", que são mais intensas do que as registadas em outubro.
Em sentido inverso, de salientar o aumento de 2,3% nos preços das classes de "saúde (classe 6)", de 0,5% nos "restaurantes e hotéis (classe 11)" e de 0,5% nas "bebidas alcoólicas e tabaco (classe 2)". Estas duas últimas classes, que são das mais afetadas pela pandemia, tinham registado variações homólogas negativas em outubro.