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Preços dos alimentos atingem recorde mundial com a guerra

Indicador da ONU aponta para crescimento recorde de 13% dos preços dos bens alimentares a nível mundial, escreve a Bloomberg. Subida de preços pode colocar mais 40 milhões de pessoas em pobreza extrema.

Uma subida acentuada dos bens alimentares pode afetar mais as famílias de rendimentos mais baixos, uma vez que gastam uma maior parte do seu salário em alimentação.
GettyImages
08 de Abril de 2022 às 13:00
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Os preços dos alimentos a nível mundial estão a crescer ao ritmo mais alto de sempre, devido às disrupções nas cadeias de abastecimento causadas pela guerra na Ucrânia, agravando a perda de poder de compra das famílias e a fome a nível mundial. 

A invasão militar da Rússia à Ucrânia - zona que se considera um dos "celeiros" mundiais, pelo peso das exportações de cereais, causou estragos nas cadeias de abastecimento mundial - causando escassez de bens essenciais como trigo e óleos alimentares.

Isso fez com que os preços dos bens alimentares, que já estavam a aumentar antes do conflito, disparassem para um recorde, com o índice de preços das Nações Unidas (ONU) a crescer 13% em março, escreve a Bloomberg. 
Os preços dos bens alimentares seguem no sétimo trimestre consecutivo a subir, o período consecutivo de ganhos mais longo tipo desde 2008, diz a agência financeira.

Com os portos da Ucrânia encerrados, muitos navios estão a evitar a região, que é responsável por cerca de um quarto de todo o comércio de cereais. E é expectável que os agricultores na Ucrânia, o principal exportador de óleo de girassol, reduzam as suas plantações. 
No resto do mundo, os preços elevados da energia e dos fertilizantes estão a fazer subir o preço dos alimentos, o que alimenta a fatura das famílias com os bens alimentares. 

Segundo o indicador Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inflês), os preços a nível mundial subiram mais de 50% desde meados de 2020, acima dos níveis verificados nas crises financeiras de 2008 e de 2011. E a ONU avisa que os preços ainda podem subir mais.

Subida de preços pode por mais 40 milhões na pobreza extrema
Esta subida de preços pode levar mais 40 milhões de pessoas para a pobreza extrema, segundo uma análise publicada no mês passado pelo Centro para o Desenvolvimento Global (um 'think tank' sem fins lucrativos, que tem a Bloomberg como fundadora, entre outros). 

Além dos problemas de abastecimento, os agricultores continuam a enfrentar, um pouco por todo o mundo, eventos climáticos severos que decorrem da crise climática, como as secas extremas, por exemplo, com impactos nas suas colheitas. 
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