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Portugal pode rever crescimento da economia para 5% com regresso do turismo este ano
O ministro das Finanças português disse, numa entrevista à Bloomberg TV, que o otimismo em torno da economia nacional iria evidenciar-se assim que o turismo regresse ao normal.
Em declarações à Bloomberg TV, Leão diz que o Governo "está muito otimista" quanto ao crescimento da economia, superando a última estimativa de 4% definida no Programa de Estabilidade para este ano.
Nas Projeções de Primavera, Bruxelas melhora a expectativa para o ritmo de crescimento da economia portuguesa mas só para 2022 – e nota que, findo o processo de recuperação, Portugal fechará 2022 na cauda da Europa, com o segundo crescimento mais baixo face ao pré-pandemia.
Em 2020, a economia portuguesa encolheu 7,6% com a pandemia do covid-19 a anular a indústria do turismo, naquela que foi a maior contração do PIB desde 1960. Para Portugal, que tem o terceiro rácio de dívida em percentagem do PIB mais elevado da Europa, o setor do turismo representa 15% de toda a economia e 9% de todo o emprego.
A grande fatia de turistas vem do Reino Unido e este otimismo de João Leão surge numa altura em que Londres incluiu Portugal na "lista verde" de 12 países para os quais deixará de ser exigida uma quarentena no regresso. A inclusão de Portugal, juntamente com outros destinos turísticos populares como Gibraltar e Israel, já era esperada e nos últimos dias tem-se assistido a uma "corrida" a reservas de viagens para Portugal por parte dos britânicos e a um aumento dos preços dos voos.
No primeiro trimestre deste ano, a economia portuguesa registou a maior queda do PIB no primeiro trimestre, de entre os 20 países da União Europeia para os quais há dados. O PIB de Portugal recuou 3,3% entre janeiro e março deste ano, quando comparado com os últimos três meses de 2020.
A explicar o mau desempenho da economia portuguesa no arranque deste ano esteve mais um vaga de covid-19, a mais dura que o país enfrentou desde que a pandemia atingiu o território português. A economia foi sujeita a duras medidas de confinamento que impediram o funcionamento de vários setores de atividade, com destaque para os de contacto próximo, como é o caso do comércio e turismo. Também as escolas tiveram o ensino presencial suspenso.