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Economia portuguesa gera excedente externo pelo quinto ano consecutivo

A economia portuguesa fechou 2016 com um excedente externo equivalente a 1,8% do PIB, o que representa uma melhoria face ao registado em 2015. As exportações cresceram 2%.

20 de Fevereiro de 2017 às 12:47
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O saldo conjunto das balanças corrente e de capital, que mede a relação de Portugal com o exterior, melhorou em 2016 para 3.154 milhões de euros, no quinto ano consecutivo em que a economia portuguesa gera um excedente externo.

 

O valor de 2016, que equivale a 1,8% do PIB, corresponde a uma melhoria face ao registado em 2015, ano em que a economia portuguesa gerou um excedente externo de 2.233 milhões de euros (1,2% do PIB).

 

Segundo os dados hoje publicados pelo Banco de Portugal, o valor de 2016 é o segundo mais elevado desta série de cinco anos consecutivos de saldos positivos nas relações de Portugal com o exterior. Só fica abaixo do valor fixado em 2013 (5.451 milhões de euros em 2013).

 

Com o quinto ano consecutivo de excedente externo, a economia portuguesa consegue assim inverter um ciclo de défices nas balanças corrente e de capital, que se verificava antes do pedido de assistência financeira em 2011. Entre 2004 e 2010 o défice externo superou sempre os 10 mil milhões de euros.

 

Exportações impulsionam

 

Para a evolução positiva obtida no ano passado contribuiu sobretudo a balança corrente, assinala o Banco de Portugal. Nesta balança, destaca-se o excedente da balança de bens e serviços, que melhorou 900 milhões de euros.

 

Na balança de bens o défice baixou de 5,2% para 4,9% do PIB, enquanto na balança de serviços o excedente saltou de 6,9% para 7,1%. "O crescimento homólogo das exportações, de 2% foi superior ao crescimento homólogo das importações, de 0,8%", assinala o Banco de Portugal.

 

O INE já tinha divulgado que as exportações de bens tinham crescido 0,3% no ano passado, mas não se sabia a evolução dos serviços. De acordo com o Banco de Portugal, as vendas de serviços para o exterior aumentaram 4,4% no ano passado, impulsionando assim o aumento total das exportações, que cresceram 2% no ano passado.

 

Para este comportamento positivo das exportações portuguesas contribuiu o sector do turismo, que teve em 2016 um novo ano recorde. "No conjunto dos serviços note-se a evolução da rubrica ‘Viagens e turismo’, cujo saldo passou de 7.839 milhões de euros em 2015 para 8.831 milhões de euros em 2016", refere o Banco de Portugal.

 

Ainda dentro da balança corrente, o défice da balança de rendimento primário desceu 565 milhões de euros e situou-se em 2,2%, "em resultado do aumento dos subsídios recebidos da União Europeia e da diminuição dos rendimentos de investimento de carteira e do outro investimento pagos a não residentes". 

 

O excedente da balança de capital baixou três décimas para 0,9% do PIB e o saldo da balança financeira melhorou cinco décimas para 1,7%. Para esta evolução positiva contribuiu "a amortização de títulos do tesouro detidos por não residentes e o reembolso parcial antecipado dos empréstimos obtidos do FMI no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira", refere o Banco de Portugal.

Balança de pagamentos

A balança de pagamentos regista as transacções que ocorrem num determinado período de tempo entre residentes e não residentes numa determinada economia. Essas transacções são de natureza muito diversa encontrando-se classificadas em três categorias principais:

- balança corrente, que regista a exportação e importação de bens e serviços e os pagamentos e recebimentos associados a rendimento primário (ex: juros e dividendos) e a rendimento secundário (ex: transferências correntes);

- balança de capital, que regista as transferências de capital (ex: perdão de dívida e fundos comunitários) e as transacções sobre activos não financeiros não produzidos (ex. licenças de CO2 e passes de jogadores);

- balança financeira, que engloba as transacções relacionadas com o investimento, nomeadamente investimento directo, investimento de carteira, derivados financeiros, outro investimento e activos de reserva.

Fonte: Banco de Portugal

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