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Portugal cresce acima da Zona Euro até 2026. Bruxelas alinha previsões com Governo
A Comissão Europeia espera uma aceleração da economia portuguesa até 2026, atingindo níveis de variação superiores a 2% nesse ano. Bruxelas mantém anteriores previsões alinhadas com o Governo. Turismo ajuda, mas perde fôlego.
A economia portuguesa vai crescer acima da média da Zona Euro até 2026, ultrapassando nesse ano uma variação real do PIB de 2%, de acordo com as previsões da Comissão Europeia divulgadas esta sexta-feira, 15 de novembro. Até 2026, Portugal deverá continuar com taxas de crescimento acima da média do euro.
As previsões apontam para que o produto interno bruto (PIB) recue este ano para 1,7% face a 2023, no entanto, refere o documento "a atividade económica deverá recuperar para 1,9% em 2025 e 2,1 % em 2026, apoiada principalmente pela procura interna". As previsões estão alinhadas com as do Governo, apesar de ligeiramente menos otimistas. O Ministério das Finanças aponta para taxas de crescimento real do PIB de 1,8% este ano, 2,1% no próximo e 2,2% em 2026.
De acordo com a Comissão, "prevê-se que o consumo privado continue a beneficiar do crescimento dos dos salários reais, enquanto a projetada aceleração da implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá impulsionar os investimentos."
O turismo deverá, por outro lado, continuar a "ser um importante fator de crescimento, embora menos do que nos últimos anos".
Face aos restantes parceiros do euro e mesmo da União Europeia, Portugal mantém taxas de crescimento superiores. No conjunto, os países da moeda única deverão registar um crescimento real de apenas 0,8% este ano, 1,3% no próximo e 1,6% em 2026.
Alemanha e mais quatro em recessão
De acordo com as projeções da Comissão Europeia, a maior economia da Europa deverá mesmo entrar em contração ligeira este ano: -0,1%. A Alemanha deverá em 2025 recuperar, mas manterá um crescimento anémico de 0,7%, recuperando para valores acima de 1% (1,3%) apenas em 2026.
Recorde-se que o país está a atravessar uma grave crise política depois de a coligação que suporta o governo se ter desintegrado. Estão previstas eleições antecipadas para o final de fevereiro do próximo ano.
Mas a maior economia da UE está acompanhada por outras nesta trajetória de contração e fraco crescimento. A Áustria, Finlândia, Irlanda e Estónia também deverão registar sinais negativos no crescimento este ano.
Do lado oposto estão as economias com maiores expansões previstas para este ano: Malta (5%), Croácia (3,6%), Chipre (3,6%) e Espanha (3%) que viu as previsões melhoradas face às projeções de maio. De lembrar que o país vizinho é o principal destino das exportações nacionais.
(Notícia atualizada às 9:53)