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OCDE garante que Eslovénia não precisa de resgate imediato

Os receios quanto a um possível resgate da Eslovénia ficam, para já, refreados. Apesar da situação difícil que a banca eslovena, detida maioritariamente pelo estado, atravessa com 14% do crédito considerado de cobrança duvidosa, a OCDE não aponta para um resgate imediato.

09 de Abril de 2013 às 14:03
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A Eslovénia não necessitará de um resgate imediato, segundo o relatório divulgado esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 

O vice secretário-geral da OCDE, Yves Leterme, afirmou esta manhã em Liubliana que o Executivo esloveno “tem sido capaz de suprir as suas dificuldades financeiras até agora”, segundo a agência Reuters. Apesar de no passado as autoridades terem conseguido uma “consolidação orçamental ambiciosa”, a situação ainda não é sustentável, refere a organização.

 

Uma reestruturação da despesa pública ajudaria a Eslovénia a atingir a estabilidade orçamental, segundo a OCDE. Aumentar gradualmente a idade de reforma, diminuir o desemprego e aumentar a eficiência dos cuidados de saúde e da educação foram algumas das recomendações deixadas pela organização.

 

Estas medidas são necessárias para recuperar a confiança e afastar os perigos de um longo período de recessão e um acesso limitado aos mercados. O facto do país não ter ainda uma lista de bens públicos para privatização foi também criticado.

 

A banca eslovena enfrenta um risco elevado e o custo de um resgate poderá ascender aos 7 mil milhões de euros, superando as estimativas até aqui divulgadas, segundo as projecções da OCDE. Os bancos eslovenos, detidos na sua maioria pelo Estado, terão assumido riscos excessivos, que aliados a uma supervisão pouco eficiente levaram à situação actual.

 

Actualmente, perto de 14% dos empréstimos dos bancos eslovenos estão classificados como créditos de cobrança duvidosa. O sector de construção é responsável por mais de metade destes empréstimos (62%), estando as maiores empresas em insolvência.

 

A OCDE aconselha, assim, o Governo esloveno a recapitalizar a banca o mais rápido possível, de preferência através da emissão de novas acções. Em Março, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimava que a banca eslovena precisaria de uma injecção de 1.000 milhões de euros por parte do Executivo. Porém, a OCDE afirma que o montante necessário à recapitalização ainda não é preciso e pode superar estas previsões.

 

Sexta-feira, 5 de Abril, a agência de notação financeira Fitch desceu o “rating” da banca eslovena, de acordo com o "The Guardian".

 

Quanto às perspectivas sobre o crescimento económico, a OCDE espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da Eslovénia, já em profunda recessão, contraia 2,1%, em 2013.

 

As últimas estimativas do Governo apontam para uma queda de 1,9% do PIB. O potencial de crescimento do país foi afectado pela crise e pela recessão na Zona Euro que feriram profundamente a economia eslovena - uma economia assente nas exportações – estas representam mais de três quartos do PIB – principalmente para o espaço comunitário.

 

Na última semana, os analistas do Crédit Agricole mostraram-se confiantes de que, caso a Eslovénia necessite de um resgate financeiro internacional, os líderes europeus optarão por um modelo “sensato”. Assim, reforçar-se-ia a ideia de que a solução encontrada para a República de Chipre foi caso único.

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