Notícia
OCDE revê crescimento português em baixa para 1,8% este ano
A OCDE atualizou as suas projeções para a economia portuguesa, mas, à exceção do Governo, continua a ser a mais otimista. Os peritos internacionais esperam menos exportações mais consumo.
A OCDE reviu em baixa a projeção de crescimento para a economia portuguesa este ano, dos anteriores 2,1% para 1,8%. Ainda assim, os peritos internacionais continuam a ser os mais otimistas, logo a seguir ao Governo. Os números foram atualizados esta terça-feira, 21 de maio, no Economic Outlook 2019.
Desde novembro que a OCDE não atualizava projeções para a economia portuguesa. Agora deixou os números para este ano entre a expectativa do Executivo (que aponta para um crescimento de 1,9%) e a das restantes instituições que acompanham a economia portuguesa – Banco de Portugal, Comissão Europeia e FMI esperam um crescimento de 1,7% e o Conselho das Finanças Públicas está mais pessimista, antecipando apenas 1,6%.
Para 2020, a OCDE manteve a sua projeção em 1,9%, o mesmo ritmo de crescimento da atividade económica que é antecipado pelo Ministério das Finanças.
Exportações arrefecem
A explicar a projeção da OCDE estão sobretudo as contrariedades na frente externa. A OCDE antecipa um crescimento contido das exportações, de apenas 2,4%, abaixo dos 3,6% conseguidos no ano passado e bem longe da subida de 7,8% obtida em 2017. Os peritos esperam que parceiros como Espanha, Alemanha e Reino Unido puxem menos pelas exportações nacionais. Já o Governo não está a contar com um revés tão grande nas vendas ao exterior. O Ministério das Finanças está à espera de um crescimento de 3,8% este ano, ligeiramente acima do verificado no ano passado.
Na frente interna, a OCDE antecipa um crescimento mais fulgurante do consumo privado. Os peritos internacionais antecipam um aumento de 2,4%, enquanto o Ministério das Finanças não espera mais do que uma subida de 1,8%. Como explica a OCDE, a suportar o consumo doméstico estará um aumento dos rendimentos disponíveis: o mercado de trabalho tem vindo a criar emprego (e deverá continuar a melhorar, com a taxa de desemprego a baixar para 6,3% e os salários a subir), os cortes salariais foram eliminados, e as contratações para o setor público já foram retomadas.
Além do consumo privado, o investimento também deverá suportar o crescimento, com a entrada de fundos comunitários no país e condições financeiras favoráveis: a OCDE está até mais confiante do que o Executivo e antecipa um crescimento de 6% (Centeno espera 5,3%). Como consequência, vê as importações a subir mais do que espera o Governo (4,1% contra 3,9%), tendo como consequência um contributo da procura externa líquida ainda mais negativo do que o esperado pelo Executivo (-0,8 pontos percentuais).
OCDE diz que Centeno já não cumpre o défice
No que diz respeito às finanças públicas, a OCDE já não acredita que o ministro das Finanças vá cumprir a meta de 0,2% de défice orçamental. Enquanto em novembro antecipava que Mário Centeno cumprisse o objetivo, agora já espera um défice ligeiramente superior, de 0,5% do PIB. Só em 2020 a OCDE prevê que Portugal chegue ao défice de 0,2%, que as Finanças querem obter já este ano.
"A política orçamental deverá suportar o crescimento económico em 2019 e 2020", lê-se no documento, que antecipa que o défice fique inalterado em 0,5% do PIB também no próximo ano.
Do mesmo modo, a OCDE também projeta uma dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa para as regras de Bruxelas, de 118,9% do PIB, três décimas acima da prometida por Centeno.
Desde novembro que a OCDE não atualizava projeções para a economia portuguesa. Agora deixou os números para este ano entre a expectativa do Executivo (que aponta para um crescimento de 1,9%) e a das restantes instituições que acompanham a economia portuguesa – Banco de Portugal, Comissão Europeia e FMI esperam um crescimento de 1,7% e o Conselho das Finanças Públicas está mais pessimista, antecipando apenas 1,6%.
Exportações arrefecem
A explicar a projeção da OCDE estão sobretudo as contrariedades na frente externa. A OCDE antecipa um crescimento contido das exportações, de apenas 2,4%, abaixo dos 3,6% conseguidos no ano passado e bem longe da subida de 7,8% obtida em 2017. Os peritos esperam que parceiros como Espanha, Alemanha e Reino Unido puxem menos pelas exportações nacionais. Já o Governo não está a contar com um revés tão grande nas vendas ao exterior. O Ministério das Finanças está à espera de um crescimento de 3,8% este ano, ligeiramente acima do verificado no ano passado.
Na frente interna, a OCDE antecipa um crescimento mais fulgurante do consumo privado. Os peritos internacionais antecipam um aumento de 2,4%, enquanto o Ministério das Finanças não espera mais do que uma subida de 1,8%. Como explica a OCDE, a suportar o consumo doméstico estará um aumento dos rendimentos disponíveis: o mercado de trabalho tem vindo a criar emprego (e deverá continuar a melhorar, com a taxa de desemprego a baixar para 6,3% e os salários a subir), os cortes salariais foram eliminados, e as contratações para o setor público já foram retomadas.
Além do consumo privado, o investimento também deverá suportar o crescimento, com a entrada de fundos comunitários no país e condições financeiras favoráveis: a OCDE está até mais confiante do que o Executivo e antecipa um crescimento de 6% (Centeno espera 5,3%). Como consequência, vê as importações a subir mais do que espera o Governo (4,1% contra 3,9%), tendo como consequência um contributo da procura externa líquida ainda mais negativo do que o esperado pelo Executivo (-0,8 pontos percentuais).
OCDE diz que Centeno já não cumpre o défice
No que diz respeito às finanças públicas, a OCDE já não acredita que o ministro das Finanças vá cumprir a meta de 0,2% de défice orçamental. Enquanto em novembro antecipava que Mário Centeno cumprisse o objetivo, agora já espera um défice ligeiramente superior, de 0,5% do PIB. Só em 2020 a OCDE prevê que Portugal chegue ao défice de 0,2%, que as Finanças querem obter já este ano.
"A política orçamental deverá suportar o crescimento económico em 2019 e 2020", lê-se no documento, que antecipa que o défice fique inalterado em 0,5% do PIB também no próximo ano.
Do mesmo modo, a OCDE também projeta uma dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa para as regras de Bruxelas, de 118,9% do PIB, três décimas acima da prometida por Centeno.