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OCDE: Recuperação da economia portuguesa estagnou em julho
A OCDE assinala uma tendência de recuperação nas principais economias no mês de julho, mas o indicador para Portugal ficou inalterado.
A economia portuguesa manteve o nível de atividade económica no mês de julho, face ao mês anterior, contrariando a tendência de recuperação que se verificou nas principais economias mundiais.
A conclusão surge da evolução dos indicadores compósitos avançados (CLI, composite leading indicators) publicados esta segunda-feira, 10 de agosto, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).
No relatório publicado esta segunda-feira, a OCDE assinala que a tendência de recuperação observou-se em julho em todas as grandes economias, embora os indicadores permaneçam "abaixo da média de longo prazo e abaixo do registado antes da pandemia da covid-19".
"Depois da forte subida de junho, o ritmo de melhoria dos CLIs abrandou inevitavelmente na maioria das principais economias", acrescenta a OCDE, assinalando que foram revertidos os "sinais iniciais de que na China o indicador estaria a regressar a níveis pré-crise".
O indicador para a economia da OCDE melhorou perto de 1% para 98 em julho, enquanto na Zona Euro registou uma subida mensal de 0,64% para 97,29.
Portugal não foi o único país da OCDE a dar sinais de interrupção na tendência de recuperação em julho. Os indicadores para a Áustria, México, Austrália, Hungria, Dinamarca, Espanha, Eslovénia e Republica Checa também estabilizaram ou sofreram mesmo descidas ligeiras.
Os CLI da OCDE servem sobretudo para apontar tendências na evolução futura da economia e a entidade com sede em Paris adverte que nas atuais circunstâncias, os indicadores devem ser interpretados com cuidado devido à manutenção da incerteza considerável em torno do impacto dos atuais confinamentos e dos desconfinamentos.
Acrescenta que a magnitude do declínio dos CLI não deve ser considerada como uma medida do grau de contração da atividade económica, mas sim como uma indicação da força do sinal.
A economia portuguesa sofreu uma queda histórica no segundo trimestre, com o PIB a registar uma contração homóloga sem precedentes de 16,5%.