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OCDE piora previsão de inflação na Zona Euro e mantém a do PIB nos 0,7%
Este ano, a inflação da Zona Euro deve recuar para 2,4% menos do que o esperado anteriormente, diz a OCDE. Expectativa de crescimento da economia da moeda única mantém-se nos 0,7% mas a previsão para 2025 diminui para 1,3%.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) piorou a estimativa para a taxa de inflação da Zona Euro este ano, para os 2,4%, e manteve a expectativa de crescimento económico nos 0,7%.
No relatório de previsões económicas intercalar (Interim Economic Outlook, em inglês), divulgado nesta quarta-feira, 25 de setembro, a OCDE revê as estimativas para os principais indicadores macroeconómicos a nível global, mas também de blocos económicos (como a Zona Euro) e de alguns países (G20).
Se para a economia global a OCDE mostra-se ligeiramente mais otimista, ao prever agora que o PIB mundial aumente 3,2% este ano (mais 0,1 pontos do que o antecipado em maio), isso não acontece na Zona Euro.
A organização baseada em Paris manteve a sua expectativa de crescimento da economia dos 20 países da moeda única nos 0,7% este ano. E baixa, ligeiramente, em 0,2 pontos percentuais, a estimativa para 2025, esperando agora que a Zona Euro cresça 1,3% no próximo ano.
Ainda assim, "a Europa vai beneficiar de uma redução das taxas de juro e da contínua recuperação nos rendimentos reais", afirma a OCDE. Mas a organização aponta para os ventos "menos favoráveis" da Alemanha. "Os níveis fracos de confiança contribuiram para um aumento das taxas de juro, tanto nas famílias como nas empresas, e a atividade industrial tem estado fraca", recorda.
Já no que diz respeito aos preços, a organização mostra-se ligeiramente mais pessimista para este ano, mas mais otimista para o próximo. Segundo o relatório, coordenado pelo ex-ministro da Economia português Álvaro Santos Pereira, que agora é economista-chefe da OCDE, a inflação da Zona Euro deve baixar para 2,4% este ano, ficando, ainda assim, 0,1 pontos percentuais acima da estimativa de maio. Em 2025, deve descer para 2,1% (revisão em baixa de 0,1 pontos), ainda acima do objetivo de estabilidade de preços do Banco Central Europeu (BCE), que implica uma inflação de 2% no médio prazo.
A OCDE mostra-se ainda mais pessimista no que diz respeito à inflação subjacente, a que exclui os preços da energia e alimentos e que, por isso, é considerada mais persistente, estimando que desça para 2,8% este ano e para 2,2% no próximo. As novas projeções para este indicador implicam uma revisão em alta em 0,2 pontos para 2024 e em 0,1 pontos em 2025.
"Isto sinaliza que as pressões subjacentes mantêm-se. A subida [elevada] de preços dos serviços ainda se mostra persistente e abrandou devagar", afirma a OCDE.
Bancos centrais devem continuar redução dos juros
Apesar de se mostrar mais pessimista em relação aos preços, a OCDE defende que "a política de redução de taxas de juro deve continuar" à medida que a inflação abrande e que as pressões laborais diminuam - o que diz que está a acontecer,
O recado, que é dado tanto para o BCE como para a Reserva Federal norte-americana, ressalva, ainda assim, que o "tempo e dimensão" das reduções "têm de continuar a ser dependente dos dados e cuidadosamente avaliado, para garantir que as pressões inflacionistas subjacentes estão contidas de forma duradoura".
A OCDE estima que as taxas de juro do BCE desçam 1,25 pontos percentuais até ao final de 2025, atingindo, nessa altura, os níveis neutros.