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Marcelo avisa que problemas de investimento de Portugal podem tornar-se estruturais

"Nós estamos com uma baixíssima taxa de formação bruta de capital fixo. Nós estamos com problemas de investimento. E são problemas que se podem converter em estruturais", disse o Presidente da República.

Bruno Simão/Negócios
03 de Junho de 2016 às 21:16
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O Presidente da República considerou hoje que Portugal está com problemas de investimento que podem tornar-se estruturais, mas reafirmou que é um optimista e sustentou que a inovação está a mudar o país.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou estas mensagens durante a cerimónia de entrega dos prémios "FAZ - Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa" e "IOP - Ideias de Origem Portuguesa", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

"Nós estamos com uma baixíssima taxa de formação bruta de capital fixo. Nós estamos com problemas de investimento. E são problemas que se podem converter em estruturais", declarou o Presidente da República, após a entrega daqueles dois prémios, que são uma iniciativa da Gulbenkian e da associação empresarial Cotec Portugal.

O chefe de Estado introduziu o tema do investimento referindo que o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, tinha dito que "esse é um dos grandes óbices do desenvolvimento português".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o investimento é um dos "três vectores essenciais para o desenvolvimento" de Portugal, em conjunto com a qualificação e o financiamento.

"E a inovação, e a juventude, e a qualificação, e a preparação, e já agora o contacto extra muros, internacional, são fundamentais, em termos de investimento", acrescentou.

Em seguida, o Presidente da República reafirmou que é um optimista e falou no "Portugal que está a mudar".

"Há aspectos negativos na vida colectiva portuguesa, mas há aspectos muito positivos. Há um Portugal que está a mudar, são as 'startups', são os centros de investigação, é excelência nas universidades. É a juventude portuguesa que fica cá dentro e que vai lá para fora, ou que nasceu lá fora mas está sempre com o coração cá dentro. Essa realidade está a mudar e vai mudar Portugal", sustentou.

Nesta cerimónia, o prémio "FAZ - Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa" foi atribuído a Augusto Pinho, emigrante no Canadá que tem um negócio de transformação alimentar, enquanto o primeiro lugar do prémio "Ideias de Origem Portuguesa" foi para o projecto "Guardiãs do Mar", relacionado com a preservação da biodiversidade do Sado.

No início do seu discurso, que durou cerca de 17 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um elogio à Gulbenkian, afirmando que "tem sido ao longo de décadas mais do que Ministério da Ciência, mais do que Ministério da Cultura, mais do que Ministério da Educação, mais do que Ministério da Inovação, mais do que Ministério dos Negócios Estrangeiros".

"Isto é, tem sido de uma forma única, cumprindo uma missão que não é apenas portuguesa, uma entidade fundamental para Portugal. Eu concordo que Portugal não seria o mesmo sem a fundação", completou, associando o seu actual presidente, Artur Santos Silva, a um "período particularmente brilhante" desta instituição.

O chefe de Estado evocou também o papel do seu antecessor na criação da Cotec Portugal, pedindo uma salva de palmas para Aníbal Cavaco Silva.

No final da sua intervenção, o Presidente da República falou da paixão como uma característica dos portugueses - "eu adoro essa ideia, pois se eu adoro os afectos, a paixão é o afecto elevado ao superlativo" - e recuou a 1509 a propósito da expressão "nada é impossível", que disse ter sido utilizada por D. Francisco de Almeida na Batalha de Diu.

"Nada é impossível para Portugal e para os portugueses", rematou.
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