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INE confirma abrandamento da inflação para 2,8% em junho

Desaceleração deveu-se sobretudo ao abrandamento dos preços dos alimentos face ao ano passado. Já os preços da energia voltaram a acelerar e estão agora mais próximos dos 10%. Inflação "crítica" acompanha alívio na inflação geral, denotando uma subida de preços menos persistente.

As margens de lucro foram responsáveis por dois terços da inflação em 2022, de acordo com cálculos do Banco de Portugal.
João Cortesão
10 de Julho de 2024 às 11:09
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação homóloga em Portugal abrandou para 2,8% em junho. O abrandamento acontece depois de, em maio, os preços no consumidor terem acelerado, face ao ano anterior, pela terceira vez (não consecutiva) desde o início do ano.

"A variação homóloga do IPC [índice de preços no consumidor] foi 2,8% em junho de 2024, taxa inferior em 0,3 pontos percentuais à registada no mês anterior. Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 28 de junho", lê-se na síntese estatística divulgada pelo INE.

A contribuir para a desaceleração do IPC estiveram sobretudo os preços dos alimentos e dos hotéis. Em junho, o índice relativo aos alimentos não transformados (frescos) aliviou de 2,5% para 1,8%. Já nos hotéis e restaurantes, observou-se um abrandamento de 5,9% para 4,1%, depois de "um evento cultural de dimensão relevante ocorrido em Lisboa" (concertos de Taylor Swift) ter feito subir os preços.

Por outro lado, a impedir um abrandamento maior da subida dos preços estiveram os produtos energéticos. Os dados do INE revelam que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 9,4%, aproximando-se dos dois dígitos. De notar que, no mês anterior, a variação homóloga tinha sido de 7,8%.

A inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos (por este tipo de produtos estarem mais sujeitos a fortes variações de preços) abrandou também, em termos homólogos, de 2,4%. A chamada "inflação crítica" foi, em comparação com maio, 0,3 pontos percentuais inferior. Esse abrandamento evidencia que a inflação está-se a tornar menos persistente.

Em comparação com o mês anterior, a variação mensal do IPC foi nula. Já a variação média dos últimos doze meses foi 2,5%, menos uma décima do que no mês anterior. 

O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português, que permite comparar a variação de preços com a dos restantes Estados-membros, abrandou, em termos homólogos, para 3,1% em junho. Esse valor é inferior em 0,7 pontos percentuais ao registado no mês anterior. É, no entanto, superior em seis décimas ao valor estimado pelo Eurostat para a Zona Euro.

O INE dá conta que, no caso do IHPC, a redução dos preços dos hotéis teve ainda um contributo maior na desaceleração registada nos preços. Isso acontece porque, em comparação com o IPC, o IHPC dá um peso maior aos preços de restaurantes e hotéis no cálculo da inflação, por incluir despesas efetuadas por não residentes (turistas) enquanto o IPC considera apenas as despesas mensais de cidadãos nacionais.

Sem contar com os produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal abrandou de 3,6% para 2,7% em junho. A taxa é inferior à correspondente para a Zona Euro (estimada em 2,8%).

(notícia atualizada às 11:37)
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