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Fórum para a Competitividade antecipa quebra de até 4% do PIB em 2021

O melhor cenário possível aponta para crescimento de 1% à boleia de novos confinamentos mais severos.

02 de Fevereiro de 2021 às 13:40
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O PIB português deve encolher até 4% em 2021, segundo as estimativas mais pessimistas do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade que prevê, na melhor das hipóteses, um crescimento de 1%. Também o défice ficou cerca de 3,5 mil milhões de euros abaixo do previsto no orçamento retificativo. Na raiz do problema estão os atrasos na produção de vacinas e consequente atraso do programa de vacinação, a política orçamental recessiva e possíveis novos confinamentos como o que começou em janeiro.

Os dados são da 57ª Nota de Conjuntura do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade que salienta uma quebra de confiança face à indústria nacional já em janeiro deste ano à boleia das restrições que têm sido divulgadas. A confiança na indústria terá caído -15,1% face a janeiro de 2020, uma queda relativa aos -13,3% de dezembro, enquanto a confiança na construção evoluiu para os -13%, o que representa uma melhoria de 1,7% face aos últimos dados apresentados em dezembro.

Também nos serviços reina a desconfiança embora um pouco menor do que em dezembro, o que é talvez uma surpresa dado o forte impacto do confinamento nestas atividades. Esta evolução é ilustrada pelos comportamentos positivos da confiança dos consumidores (de -24,3% em dezembro para -23,1% em janeiro) e pela confiança nos serviços (de -19% para -17,6%).

Quanto ao comércio a retalho, as perspetivas de confiança são também negativas para janeiro (de -11,6% em dezembro para -12,7% em janeiro), muito provavelmente devido à queda 4,5% do setor em 2020, com destaque para o segmente de vestuário e calçado que caia -41,1% em novembro face ao mesmo mês de 2019.

A confiança na procura de alojamento e restauração para os próximos três meses também está em baixa de -48,3% em dezembro para -54,3% em janeiro, uma previsão em linha com o comportamento do setor que apresentou em novembro um volume de negócios de quase metade (-48,2%)  face ao mesmo mês de 2019.

No que diz respeito ao desemprego, o Fórum para a Competitividade adianta uma taxa 6,5% mas salienta que fora deste número ficam muitos desempregados desencorajados de procurar uma nova ocupação. Desde fevereiro de 2020 ter-se-ão perdido 45 mil postos de trabalho.

As exportações são outra das áreas de preocupação apesar da tendência de ligeira recuperação apresentada em novembro, que ficou apenas -0,4% atrás do período homólogo. Para isto contribuiu não só o Reino Unido, que passou de uma das maiores quedas em outubro (-8,4%) para uma das maiores subidas em novembro (7,6%), mas também Espanha, cuja importação de produtos portugueses tem vindo a crescer desde agosto (2,8%) e que registou em novembro uma variação homóloga de 3%.

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