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Famílias têm menos vontade de comprar casa e carro

Os consumidores estão tão optimistas como há quase 20 anos, o que são bons sinais para o consumo privado. Mas será que essa confiança leva as famílias a comprar mais casas e carros? O inquérito do INE mostra que nem por isso.

Bruno Simão/Negócios
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As famílias estão com níveis de confiança mais altos dos últimos quase 20 anos, mas a ideia de comprar casa e carro está menos presente nos seus planos. O mesmo é revelado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nos inquéritos feitos aos consumidores, que contêm informações adicionais sobre este tipo de investimentos recolhidas de três em três meses.

"O saldo das perspectivas de compra ou construção de habitação diminuiu em Abril, depois de ter aumentado nos quatro trimestres anteriores. As expectativas de realização de grandes gastos com melhoramentos na habitação diminuíram em Abril, após terem aumentado nos dois trimestres precedentes. O saldo das expectativas de compra de automóvel diminuiu em Abril, após ter estabilizado no trimestre anterior", diz o INE.

Todos os meses o INE faz um inquérito junto de uma amostra de consumidores, onde coloca um conjunto de questões. Entre elas, o instituto estatístico quer saber qual a opinião das famílias sobre a situação económica do país e a situação financeira do próprio agregado familiar, bem como as perspectivas de evolução do desemprego e de capacidade para poupar, nos próximos 12 meses.

Com as respostas a estas quatro questões, o INE constrói o indicador de confiança dos consumidores. Os dados mais actuais, conhecidos esta quinta-feira, referem-se a Abril e revelam que o indicador de confiança dos consumidores está ao nível mais alto desde Outubro de 1997, devido às expectativas sobre a evolução do emprego e o crescimento da economia.

No entanto, o INE recolhe mais informação quando faz os inquéritos às famílias. A cada três meses, tenta também medir quais as intenções das famílias sobre a compra ou a disponibilidade para fazer obras em casa e a aquisição de automóvel. Foi nas respostas a estas perguntas que os consumidores apontaram para um abrandamento nos seus planos face aos trimestres anteriores.

Este inquérito é muito valorizado pelo INE que o considera um "indicador avançado do consumo privado". Apesar de o optimismo das famílias estar a reforçar-se há oito meses seguidos, o Governo prevê um abrandamento do consumo privado para este ano. No Programa de Estabilidade, o Ministério das Finanças espera que o consumo privado suba 1,6% em 2017, depois de um crescimento de 2,3% no ano anterior.       

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