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Exportação de carros duplica mas não evita subida do défice comercial

Tanto as exportações como as importações arrancaram o ano a acelerar. Mais de metade do crescimento das exportações foi explicado pelo material de transporte. Mas estes bens também puxaram pelas compras ao exterior.

Bruno Simão
12 de Março de 2018 às 11:26
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As exportações de bens cresceram 9,6% em Janeiro de 2018, revelou esta segunda-feira, 12 de Março, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os dados mostram que mais de metade do aumento das vendas ao exterior foi explicada pela categoria de "material de transporte", mas estes bens também puxaram pelas importações, nota o INE.

No primeiro mês do ano, as exportações cresceram 9,6% e as importações 12,4%, mostram os dados nominais, do organismo de estatística, referentes apenas ao comércio de bens. O ritmo de crescimento das compras e vendas ao exterior aumentou significativamente, quando comparado com Dezembro de 2017. No último mês do ano passado, as exportações ficaram inalteradas em termos nominais e as importações até caíram ligeiramente (0,5%).

Segundo o INE, "mais de metade (62%) do acréscimo nas exportações esteve associada ao 'Material de transporte'", categoria de onde se destacam os automóveis. Tal como o Negócios já noticiou, o início da produção do T-Roc no final de 2017 pela Autoeuropa deu gás às exportações no último trimestre de 2017 e seria já de esperar que o mesmo movimento se verificasse ao longo de 2018. Considerando apenas os automóveis para transporte de passageiros, o INE dá conta de um aumento de 122,2%, ou seja, as vendas mais do que duplicaram.

Contudo, este aumento das vendas ao exterior não chegou para compensar a subida da importação de bens que, aliás, também foi acelerada pela mesma categoria de "material de transporte", adianta o INE. "É ainda de salientar que o impacto desta categoria foi também significativo nas importações, explicando 24% do acréscimo face ao mês de Janeiro de 2017," lê-se no destaque.

Desta forma, o défice da balança comercial de bens aumentou 245 milhões de euros em termos nominais em Janeiro, quando comparado com o mesmo mês de 2017. O desequilíbrio desta balança ficou assim em  1.249 milhões de euros. Mesmo excluindo a categoria de combustíveis e lubrificantes – que está sujeita a variações de preços mais acentuadas – o défice da balança de bens aumentou 132 milhões de euros, para 742 milhões.
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