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Endividamento das famílias e empresas nunca foi tão baixo

O endividamento da economia portuguesa inverteu a tendência de descida no primeiro trimestre. A "culpa" é do Estado, já que nas empresas privadas e nos particulares o peso da dívida no PIB está em mínimos históricos.

Ricardo Almeida
25 de Maio de 2019 às 10:00
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O endividamento da economia portuguesa agravou-se no primeiro trimestre deste ano, invertendo a tendência de queda que este indicador tem vindo a registar desde 2013, quando se situava acima de 400% do PIB.

Os dados revelados pelo Banco de Portugal na quarta-feira, 19 de maio, mostram que o endividamento do setor não financeiro (Estado, empresas públicas e privadas e famílias) aumentou em março para 724,4 mil milhões de euros, o que representa 356,8% do PIB.

O agravamento no primeiro trimestre foi de 1,1 pontos percentuais, sendo que este foi apenas o terceiro trimestre desde 2013 que este rácio se agravou.

 

Ainda assim nos últimos anos a tendência é claramente de queda. No espaço de um ano o endividamento da economia baixou mais de 10 pontos percentuais e em dois anos a queda é de quase 23 pontos percentuais. Comparando com o máximo histórico de 2013, a queda supera os 70 pontos percentuais.

 

 

É no setor privado que a desalavancagem da economia portuguesa está a ser mais acelerada. E o agravamento registado no primeiro trimestre é da responsabilidade do Estado, já que nas empresas privadas e nos particulares o peso do endividamento no PIB fixou um novo mínimo desde que o Banco de Portugal colige estes dados (2007).

Nas empresas privadas o rácio situou-se em março nos 127,76% do PIB, ligeiramente inferior ao registado em dezembro (127,8%), mas bem abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado (133,8% do PIB). No espaço de dois anos a redução é de 12 pontos percentuais e face ao máximo de 2013 a queda acumulada é de 43 pontos percentuais. Acresce que desde o final de 2014 que este rácio tem descido de forma consecutiva todos os trimestres.


No caso das famílias a redução do endividamento é ainda mais evidente. O peso do endividamento no PIB desceu para 69,8% em março, ficando pela primeira vez abaixo dos 70%.

A queda é contínua desde o final de 2012 (desde então nunca se agravou de trimestre para trimestre) e face ao máximo de 2009 a descida acumulada é superior a 25 pontos percentuais.

 

 

A principal fatia do endividamento das famílias portuguesas está no crédito à habitação, sendo que neste segmento também se verifica um mínimo histórico.

O "stock" do crédito dos particulares para compra de casa representa agora 48,3% do PIB, contra 48,7% em dezembro e 50,6% em março do ano passado. A descida acumulada face ao máximo é superior a 22 pontos percentuais.



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