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Endividamento da economia interrompe queda e agrava-se para 356,8% do PIB
O endividamento do setor não financeiro aumentou em valor, para 724,4 mil milhões de euros. sendo que o peso no PIB também se agravou, revelam os dados do Banco de Portugal.
O endividamento do setor não financeiro (Estado, empresas públicas e privadas e famílias) aumentou em março para 724,4 mil milhões de euros. O peso do endividamento da economia no PIB também subiu, situando-se no primeiro trimestre em 356,8%.
Segundo as estatísticas divulgadas pelo Banco de Portugal, a dívida do setor não financeiro aumentou 1,4 mil milhões de euros face a fevereiro. O rácio do endividamento no PIB agravou-se 1,1 pontos percentuais face ao final de 2018.
Em valor, o endividamento da economia portuguesa volta a aproximar-se do máximo histórico fixado em abril do ano passado, quando pela primeira vez superou 725 mil milhões de euros. Um aumento que surge depois de três meses seguidos de agravamento deste indicador.
No que diz respeito ao peso no PIB, está longe dos máximos históricos, sendo que o rácio é bem inferior ao registado no primeiro trimestre de 2018 (367,5% do PIB).
Assim, após seis trimestres em que o rácio desceu mais de 24 pontos percentuais, foi invertida a tendência no arranque do ano.
Só as famílias baixam dívida no trimestre
Segundo o Banco de Portugal, o aumento do endividamento do setor público foi de 900 milhões de euros, voltando a superar o registado pelo setor privado (400 milhões de euros).
"A subida do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no aumento do endividamento face ao setor não residente em 1,4 mil milhões de euros, parcialmente compensado pela diminuição do financiamento concedido pelo setor financeiro e pelas próprias administrações públicas", explica o Banco de Portugal.
No que diz respeito ao setor privado, o endividamento das empresas aumentou 586 milhões de euros e nas famílias registou-se uma queda de 89 milhões de euros.
Nas empresas privadas o peso do endividamento no PIB situou-se em março nos 127,8% do PIB, igualando o registado em dezembro, mas bem abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado (133,8% do PIB).
No que diz respeito aos particulares, mantém o ritmo de desalavancagem. O peso do endividamento no PIB desceu para 69,8% em março, o que compara com 70,5% em dezembro e 71,8% em março do ano passado.
A maior fatia do endividamento das famílias está no crédito à habitação, que representa agora 48,3% do PIB, contra 48,7% em dezembro e 50,6% em março do ano passado.