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Economia ainda está abaixo de 2019, mas há bons sinais no investimento
A economia portuguesa recuperou nos meses de março e abril, mas continua a operar em níveis abaixo dos verificados no pré-pandemia. Há no entanto duas exceções a notar: as vendas de cimento e a importação de máquinas.
A economia portuguesa vai no bom sentido: nos meses de março e abril os vários indicadores disponíveis sobre a atividade económica revelaram melhorias, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE), na síntese de conjuntura publicada esta quarta-feira. Mas continua a funcionar abaixo dos níveis de atividade do pré-pandemia. Há no entanto duas exceções a sublinhar: vendas de cimento e importações de máquinas.
A melhoria dos indicadores verificada em março e, ainda com mais intensidade em abril, "deve-se em grande medida a um efeito de base, visto que, pela primeira vez, decorrido um ano, a comparação incide sobre meses já fortemente afetados pela pandemia", explica o INE. "Em geral, os indicadores observados ainda não atingiram os níveis do período homólogo de 2019", frisa o documento.
Conforme explica o INE, tanto o indicador de atividade económica, como o de clima económico registaram melhorias. O indicador de atividade, que está disponível até março, "registou um acentuado aumento", depois dos agravamentos verificados nos primeiros dois meses do ano, quando o país esteve em confinamento estrito. Este indicador sintetiza uma série de outros indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia e atingiu em março o valor mais elevado desde abril de 2019.
Do mesmo modo, o indicador de clima, que sintetiza a apreciação qualitativa que os empresários fazem da atividade económica, melhorou "de forma expressiva" em março e abril, tendo mesmo superado "ligeiramente o nível observado no início da pandemia", assinala o INE. Ainda assim, indicam os peritos, continua "abaixo do observado no período homólogo de 2019."
Mas no investimento há vários indicadores que apontam no sentido de uma recuperação já para níveis acima do pré-pandemia. O INE explica que o indicador da formação bruta de capital fixo registou "um crescimento homólogo muito significativo". Reconhece que "parte deste crescimento expressivo é explicado por um efeito de base", relacionado com a comparação com um período já afetado pela pandemia de covid-19, mas assinala que "diversos indicadores associados a este agregado macroeconómico revelam níveis superiores aos observados no período homólogo de 2019".
Segundo o INE, todas as componentes - máquinas e equipamentos, construção e material de transporte - deram contributos positivos para o indicador de investimento em março. Tal não aconteceu em nenhum outro mês desde março de 2020, o mês que marcou a chegada da covid-19 ao país.
(Notícia atualizada às 11:45 com mais informação)