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Défice externo duplica para 700 milhões no primeiro trimestre com quebra no turismo

O défice conjunto das balanças corrente e de capital subiu para um valor que corresponde a 1,4% do PIB.  

Os profissionais do turismo são os mais pessimistas sobre o negócio.
Mariline Alves
20 de Maio de 2020 às 12:07
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Portugal agravou as contas externas no primeiro trimestre, com o efeito da pandemia a fazer-se sentir nas exportações e no turismo.

 

De acordo com o Banco de Portugal, o défice conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 696 milhões de euros, o que compara com 365 milhões de euros em igual período de 2019. No primeiro trimestre de 2018 Portugal registou um excedente externo.

 

O défice externo apurado no primeiro trimestre corresponde a 1,4% do PIB, o que compara com o saldo negativo de 0,7% do PIB nos primeiros três meses do ano passado.

 

"Este saldo resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário que apenas foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital", refere o Banco de Portugal.

 

Desde 2012 que Portugal tem conseguido saldos externos positivos todos os anos, sendo que habitualmente regista défices nos primeiros meses de cada ano.

 

A deterioração registada no primeiro trimestre está sobretudo relacionada com os efeitos da pandeia, que travaram as vendas de bens para o exterior e a chegada de turistas ao país.

 

O défice da balança de bens aumentou 86 milhões de euros face ao período homólogo e o excedente da balança de serviços baixou 375 milhões de euros.

 

Desta redução nos serviços "233 milhões de euros resultaram da rubrica viagens e turismo, em consequência da evolução negativa registada no mês de março", refere o Banco de Portugal.

 

O mês de março foi marcado pelo fecho de fronteiras e introdução de medidas de contenção da pandemia, que afetaram sobretudo o turismo, um dos setores que mais tem impulsionado a economia portuguesa e alavancado o saldo positivo das contas externas do país. É assim expectável que o défice externo tenha piorado ainda mais em abril, mês em que o país esteve praticamente paralisado e sem turistas.

 

No que diz respeito às exportações, desceram 3,9% no trimestre, com uma queda de 2,5% nas vendas de bens e 7% nos serviços.

 

Outra balança que permite calcular o saldo externo também registou um desempenho negativo, com o défice da balança de rendimento primário a aumentar 142 milhões de euros para 573 milhões de euros. "Esta subida foi, em grande medida, justificada pelo acréscimo dos rendimentos de investimento pagos a entidades não residentes", diz o Banco de Portugal.

 

Já o excedente da balança de rendimento secundário aumentou 189 milhões de euros, "em resultado do acréscimo das transferências recebidas do exterior e da redução da contribuição financeira paga por Portugal por comparação ao período homólogo".

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