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Custos laborais caem em Portugal no terceiro trimestre
Ao contrário da Zona Euro, as remunerações por hora em Portugal caíram entre Junho e Setembro deste ano. Os custos laborais portugueses foram os segundos que mais caíram no espaço europeu.
Segundo os dados publicados esta manhã pelo Eurostat, os custos laborais nominais em Portugal caíram 1,1% no terceiro trimestre deste ano, a segunda maior quebra da Europa, apenas superada pela Finlândia (-3%). O valor surge depois de dois trimestres com crescimentos superiores a 3% e é explicado por um recuo de 1,2% da componente salarial.
A contracção portuguesa contrasta com aquilo que se observa na média da moeda única, onde os custos laborais avançaram 1,6%, em ligeiro abrandamento face ao crescimento do trimestre anterior (1,8%). "Na Zona Euro, os salários e remunerações por hora trabalhada avançaram 1,6% e a componente não-salarial 1,5% no terceiro trimestre de 2017, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior", pode ler-se no destaque do Eurostat. Os maiores aumentos registaram-se na Estónia e na Lituânia, com 8,6% e 7,9%, respectivamente.
Para a Capital Economics, embora a baixa taxa de desemprego na Alemanha esteja a pressionar um pouco os custos laborais do país, "o mesmo não pode ser dito para outros países onde ainda existe capacidade por utilizar no mercado de trabalho". "Em Espanha, por exemplo, o crescimento dos custos laborais foi apenas 0,1% no terceiro trimestre", acrescenta Jennifer McKeown, economista-chefe da consultora, responsável pela Europa.
Para a Capital Economics, isso significa que o objectivo do BCE de ter um aumento abrangente da inflação na Zona Euro ainda não está à vista e que, mesmo que a compra de activos continue recuar, uma subida de juros só deverá chegar no final de 2019.