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Bruxelas revê em alta crescimento do PIB português para 6,5% e inflação para 6,8%

Nas previsões económicas de verão, a Comissão Europeia volta a cortar as estimativas de crescimento da União Europeia e zona euro. Em contraciclo, o PIB português foi revisto em alta e registar o maior crescimento da UE este ano. Inflação em Portugal deverá chegar aos 6,8%.

Paolo Gentiloni justificou menos otimismo para Portugal com a subida de casos de covid-19, mas mostrou-se confiante com uma “época turística forte”.
Stephanie Lecocq/EPA
14 de Julho de 2022 às 10:08
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A Comissão Europeia reviu esta quinta-feira em alta as projeções de crescimento para Portugal. Ao invés dos anteriores 5,8%, Bruxelas estima agora que o PIB português cresça 6,5% este ano, contrariando a desaceleração esperada na média da zona euro. Mas a inflação foi também revista em alta: é esperado que atinja 6,8% este ano.

Nas "Previsões Económicas de Verão", divulgadas esta quinta-feira, a Comissão Europeia explica que, apesar da guerra na Ucrânia estar a prejudicar as economias europeias, Portugal continua a beneficiar de um efeito de arrastamento (carry-over) do forte crescimento de 2021 e do início de 2022.

"Após um forte início de ano, o crescimento de Portugal deverá moderar em termos trimestrais, mas manter-se significativo em termos anuais em 2022", lê-se no documento que acompanha as novas previsões.

Bruxelas mostra-se, por isso, mais otimista e antecipa que a economia portuguesa irá crescer 6,5% este ano, mais 0,7 pontos percentuais do que o esperado nas últimas previsões, divulgadas em maio. A estimativa compara com os 4,9% previstos pelo Governo e supera os 6,3% avançados pelo Banco de Portugal.

Em comparação com os restantes países da União Europeia, Portugal é o país que mais se prevê que cresça este ano. 

Já o crescimento para 2023 é revisto em forte baixa. Bruxelas prevê que a economia portuguesa avance apenas 1,9%, quando antes esperava que o PIB se expandisse 2,7%. 

Inflação anual em Portugal revista em forte alta
A par disso, a Comissão Europeia alerta para o risco de agravamento dos preços das matérias-primas e para a incerteza da procura global. Os preços da energia são outra preocupação apontada por Bruxelas, depois do "forte aumento de preços no segundo trimestre", sendo esperado que "um novo aumento nos preços do gás europeu se chegue aos consumidores também através dos preços da eletricidade".

Tendo isso em conta, Bruxelas sobe as estimativas para a inflação este ano. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deverá subir para 6,8%. O valor fica bastante acima da estimativa anterior (de 4,4%) e do valor antecipado pelo Governo (de 4%) na proposta de Orçamento do Estado para 2022.

Para 2023, as previsões da Comissão Europeia apontam para que a inflação anual em Portugal caia para 3,6%.

Previsões apontam para abrandamento na Zona Euro
As estimativas da Comissão Europeia para zona euro são mais pessimistas do que as divulgadas em maio. As novas previsões apontam para que, em vez dos 2,7% avançados, os países da zona euro, em conjunto, cresçam 2,6%. Já as previsões para o PIB da União Europeia mantêm-se nos 2,6%.

"A economia da UE continua particularmente vulnerável à evolução dos mercados da energia devido à sua elevada dependência dos combustíveis fósseis russos, e o enfraquecimento do crescimento global prejudica a procura externa", indica a Comissão, nas previsões económicas de verão.

Ainda assim, considera que "o impulso obtido com a recuperação do ano passado e um primeiro trimestre um pouco mais forte do que o estimado devem sustentar a taxa de crescimento anual para 2022", embora se antecipe que "a atividade económica no restante do ano seja moderada" mesmo com a atividade turística de verão.


No que toca à inflação, Bruxelas prevê que o IHPC suba para 7,6% (e não 6,1% como avançado anteriormente) nos países da zona euro e para 8,3% (ao invés de 6,8%) no conjunto da União Europeia a 27.

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