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Risco de recessão na UE tornou-se em "mais do que um cenário hipotético", diz Gentiloni

Comissário europeu da Economia considera que, dada ameaça de um corte total no gás vindo da Rússia, o risco de haver uma recessão na União Europeia "tornou-se em mais do que um cenário hipotético". Para contornar isso, diz que "a Europa deve dar provas de liderança".

Lusa_EPA
14 de Julho de 2022 às 11:04
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O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, admitiu esta quinta-feira que o risco de uma recessão na União Europeia "tornou-se em mais do que um cenário hipotético", dado o risco de um corte total no gás vindo da Rússia e no impacto económico que essa possibilidade terá nos 27 Estados-membros.

"Grande parte dos riscos negativos que tínhamos identificado, nas previsões económicas anteriores, materializaram-se (...) À luz dos eventos recentes, esse risco [de recessão na UE] tornou-se mais do que num cenário hipotético, para o qual nos devemos preparar", referiu Paolo Gentiloni, na apresentação das previsões económicas de verão.

Paolo Gentiloni lembrou que, nas previsões anteriores, "um corte total nas importações de gás vindo da Rússia, com limitadas possibilidades de substituição no curto prazo" foi apontado um "cenário adverso", que levaria a "uma recessão económica na segunda metade deste ano e deprimiria ainda mais a atividade económica no próximo ano".

No entanto, dadas as circunstâncias atuais (com a Rússia a fechar a torneira do gás a vários Estados-membros), "uma tempestade é possível", apesar de Paolo Gentiloni acreditar que os Estados-membros não estão ainda a caminhar para esse cenário.

Crescimento mais contido na UE este ano
As previsões da Comissão Europeia apontam para que este ano, o crescimento da UE seja mais contido, mas "o impulso da recuperação do ano passado e o primeiro trimestre mais forte do que o estimado devem sustentar a taxa de crescimento anual para 2022". As novas previsões apontam para que, em vez dos 2,7% avançados, os países da zona euro, em conjunto, cresçam 2,6%. Já as previsões para o PIB da UE mantêm-se nos 2,6%.

"Os riscos estão particularmente ligados à duração, continuação e às consequência da guerra, especialmente no fornecimento de energia. Uma redução no fornecimento de gás à Europa aumenta os preços e amplifica as forças estagflacionárias", salientou.

Paolo Gentiloni alertou ainda que "as pressões inflacionárias podem levar a um aperto mais rápido nas condições de financiamento", o que pode prejudicar, "não só o crescimento, mas também a estabilidade financeira". Além disso, sinalizou que o risco de um ressurgimento de novas variantes da covid-19 não deve ser posto de parte.

Para fazer face a esta situação, defendeu que "a Europa deve dar provas de liderança, articulando as suas políticas em torno de três conceitos: solidariedade, sustentabilidade e segurança".
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