Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Brasil ultrapassa EUA como segundo maior fornecedor nacional extra-UE

Entre janeiro a outubro, as importações do Brasil registaram uma subida homóloga de 90,5%, para 4.020 milhões de euros. Brasil é agora o segundo maior parceiro comercial de Portugal no que toca às importações, apenas atrás da China. Mas o défice comercial com o Brasil agravou-se em 1.746 milhões.

Paulo Novais/Lusa
10 de Dezembro de 2022 às 18:00
  • ...
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos como segundo maior fornecedor de bens a Portugal. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o comércio internacional mostram que, nos primeiros dez meses do ano, as importações com origem no Brasil "praticamente duplicaram", ficando apenas atrás das importações chinesas. 

Entre janeiro a outubro, as importações do Brasil registaram uma subida homóloga de 90,5%, em termos nominais (que não excluem o efeito da inflação), tendo atingido 4.020 milhões de euros. Considerando todas as importações efetuadas por Portugal durante esse período, as compras de bens ao Brasil representaram 4,4% do total.

Isso significa que o Brasil é agora o sétimo principal fornecedor de bens a Portugal em todo o mundo. Excluindo os parceiros comerciais da União Europeia (Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália), o Brasil é o segundo países de onde Portugal mais importa mercadorias, a seguir à China (que continua a ser o principal parceiro português extra-UE).

O país ocupa assim o lugar que até aqui pertencia aos Estados Unidos. Os norte-americanos são agora o terceiro maior fornecedor extra-UE de Portugal, com um total de importações nos primeiros dez meses do ano de 2.836 milhões.

O INE indica que "a melhoria da posição do Brasil no ranking dos principais países fornecedores de bens a Portugal tem vindo a verificar-se desde 2020, atingindo pesos de 2,4% (9ª posição) em 2020 e 3,1% (8ª posição) em 2021". Essas taxas de crescimento homólogo são "mais significativas do que as observadas no total das importações". Em 2013, as importações anuais do Brasil eram de 832 milhões de euros, tendo subido para 2.549 milhões em 2021. 

Combustíveis minerais ajudam à subida

Desde o início deste ano até outubro, os combustíveis minerais foram os produtos mais importado do Brasil, com um peso de 60,3%. Em comparação com o ano anterior, houve uma subida homóloga de 84,5% (mais 1.110 milhões de euros) nos combustíveis minerais comprados ao Brasil, devido sobretudo ao aumento das compras de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos.

Já os produtos agrícolas continuaram a ser o segundo grupo mais importado, "com um peso de 19,5%" e um aumento homólogo de 72,4%, principalmente devido às importações de milho. Seguiram-se os metais comuns, com um peso de 7,1% nas importações do Brasil, a madeira e cortiça (4,6%), veículos e outro material de transporte. Neste último caso, houve uma melhoria de 0,4% para 2%, justificada sobretudo pela compra de aviões e outros veículos com propulsão a motor.

Por outro lado, as exportações para o Brasil cresceram 27,7%, para 759 milhões de euros. O Brasil é assim o 13.º país para onde Portugal mais exporta bens, o que corresponde a 1,2% do total das exportações nacionais. O valor mais elevado de exportações para o Brasil verificou-se em 2017 (944 milhões de euros).

Os produtos agrícolas (com um peso de 45,6%) são os bens mais exportados para o Brasil, com destaque para o azeite. Seguem-se os veículos e outro material de transporte (14,2%), produtos alimentares (9,7%) e máquinas e aparelhos (7,9%)

No que toca ao défice comercial registado entre janeiro e outubro deste ano nas trocas comerciais com o Brasil, houve um agravamento de 1.746 milhões de euros face ao período homólogo, atingindo 3.261 milhões. "A tendência de aumento das importações do Brasil e de decréscimo nas exportações resultou num aumento do défice de 548 milhões de euros, em termos médios anuais, entre 2018 e 2021", nota o INE.
Ver comentários
Saber mais Brasil China importações UE comércio internacional défice comercial exportações Estados Unidos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio