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ARC melhora perspetiva de Portugal para positiva e destaca evolução do investimento

A ACR Ratings melhorou a perspetiva de Portugal de estável para positiva, o que antecipa uma possível melhoria da notação financeira nos próximos meses. A agência ficou impressionada com o aumento do investimento no país.

15 de Novembro de 2019 às 11:15
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A agência de rating ACR melhorou esta sexta-feira, 15 de novembro, o "outlook" (perspetiva) para a evolução da qualidade da dívida soberana de Portugal, passando-o de estável para positivo. A notação financeira manteve-se em BBB, o que corresponde ao penúltimo grau da categoria de investimento de qualidade.

"A ACR Ratings mudou o 'outlook' de positivo para estável e confirmou o rating de 'BBB' de longo prazo como emitente [de dívida] na moeda nacional do emitente e em moeda estrangeira para a República de Portugal", afirma em comunicado. Normalmente, a melhoria da perspetiva antecipa uma subida do rating do soberano nos meses seguintes.

A agência de notação financeira explica que esta melhoria deve-se à "contínua melhoria dos principais indicadores no contexto de crescimento económico". A ACR destaca "o aumento da contribuição do investimento como uma componente do PIB e os contínuos esforços de consolidação orçamental". 

A previsão da ACR é que esses esforços orçamentais vão continuar no curto e no médio prazo. A ACR espera que as "principais políticas sejam mantidas pelo novo Governo que resultou das eleições de outubro de 2019 dado que o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, mantêm-se nos seus papéis respetivos", escrevem os analistas. 

"O aumento da resiliência externa da economia portuguesa e as melhorias no perfil do setor financeiro também são vistas como positivas para o [risco do] crédito", lê-se ainda no comunicado. A agência destaca o facto de Portugal ser membro da Zona Euro como "particularmente importante" para a força financeira do Estado.

"Ser membro [da Zona Euro] proporciona um enquadramento para a consolidação orçamental e também proporciona - como já demonstrado - liquidez de emergência", escreve, referindo que o contínuo acesso à liquidez do BCE e dos mercados financeiros é uma "premissa chave" na avaliação do rating de Portugal. 

A ACR também melhorou o rating de "A" para "A+" relacionado com os "country ceilings", um indicador que mede o risco de imposição do controlo de capitais e de câmbio de divisas que possa impedir o setor privado de converter a moeda local (o euro) em moedas estrangeiras e transferir o capital. A agência de rating confirmou ainda a notação financeira de curto prazo para "A-2".

Para os próximos anos, a ACR espera que Portugal continuará a crescer, ainda que a um ritmo inferior ao observado nos últimos anos. "Isto corresponde a uma fase de maturação do ciclo económico", conclui.

O que pode melhorar o rating? E piorar?
A ACR Ratings explica que o rating de Portugal pode melhorar caso haja uma melhoria "clara" da competitividade da economia, com o crescimento a ultrapassar "consistentemente" os 2%, o que contribuiria para a redução do rácio da dívida pública para um patamar abaixo dos 90% e a redução do endividamento na economia como um todo. 

"Esse cenário iria provavelmente envolver uma consolidação mais rápida da recente transformação positiva da estrutura da economia, incluindo a consolidação do setor empresarial, combinado com uma contínua melhoria das perspetivas de investimento", resumem os analistas. 

Por outro lado, um corte no rating pode ser desencadeado por um ambiente de deflação e de fraco dinamismo económico dado que iria dificultar a redução do peso da dívida pública.

A agência de rating avisa que um "ambiente político" que impeça a introdução de mais reformas e a continuação da consolidação orçamental também iria pressionar o rating em baixa. Além disso, a incerteza externa - da disputa comercial ao Brexit, à Catalunha, entre outros - pode ser outro fator negativo. 

A próxima decisão da ACR sobre Portugal está agendada para 8 de maio de 2020.

A ARC era anteriormente conhecida como Companhia Portuguesa de Rating. Os seus accionistas são agências de 'rating' na Índia (a Care Ratings), da Malásia (a MARC), no Brasil (a SR Ratings), em Portugal (Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco) e no Reino Unido (Enigma Investment Holdings Limited).
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