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Câmara de Braga acusa empresário do “camião do fraque” de impedir poupanças de 90 milhões

A Câmara de Braga está com dificuldades em concluir o processo de liquidação de uma parceria público-privada, cujo extinção representaria uma poupança de 90 milhões de euros nos próximos 20 anos para o município. O autarca rejeita indemnizar a Europa Ar-Lindo, que exige nove milhões de euros para aprovar a dissolução.

Paulo Duarte
04 de Janeiro de 2016 às 16:52
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O presidente da Câmara Municipal de Braga garantia, ainda há três meses, que contava concluir até ao final de 2015 o processo de liquidação da Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga (SGEB), uma empresa de capitais mistos que resulta de uma parceria pública-privada (PPP) considerada "ruinosa" para a gestão municipal.

Mas Ricardo Rio reconheceu, esta segunda-feira, 4 de Janeiro de 2016, a demora na concretização da dissolução da SCEB, a qual, de acordo com as contas do município, representaria uma poupança a rondar os 90 milhões de euros nos próximos 20 anos para os cofres municipais.

O atraso na concretização do objectivo, de acordo com um comunicado da autarquia, deve-se "às reservas colocadas por um dos parceiros privados, que exige uma indemnização correspondente a 10% da poupança que o município irá realizar com a extinção" da SGEB.

Fonte oficial da autarquia adiantou ao Negócios que o parceiro privado em causa é a construtora Europa Ar-Lindo, que detém 25,5% do capital da SGEB e é gerida por Domingos Correia, que ficou recentemente conhecido no país por ter colocado a circular o chamado "camião do fraque" nas ruas de Braga - "Presidente do Sporting de Braga, paga o que deves", lia-se num dos cartazes colados num veículo da Europa Ar-Lindo.

Domingos Correia reclamava de António Salvador, presidente do Braga e da construtora Britalar, o pagamento de uma dívida superior a 800 mil euros, tendo pedido a falência pessoal de Salvador, que interpôs uma acção-crime no tribunal por difamação e tentativa de coacção. 

A Câmara de Braga rejeita indemnizar a Europa Ar-Lindo e garante que o outro parceiro privado da SGEB, a construtura ABB, que também é dona de 25,5% do capital da empresa, está "em total sintonia" com os intentos da autarquia, que detém os restantes 49% da sociedade.

"Esperávamos que os procedimentos fossem mais ágeis e era essa a nossa vontade, mas face à realidade que encontramos vamos continuar as tramitações do ponto de vista formal e jurídico que possam levar a bom porto a extinção que consideramos ser inevitável", referiu o autarca.

"Foi um negócio construído de forma ruinosa pelo anterior executivo socialista, que representa encargos desmesurados para o município e, como gestores responsáveis que somos dos recursos públicos, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o mesmo seja extinto", enfatizou Ricardo Rio, esta segunda-feira, à margem da reunião do executivo municipal.

A confirmar-se a liquidação da SGEB, a autarquia assumirá a dívida da empresa, de 40 a 50 milhões de euros, que foi criada em 2007 para a construção de equipamentos desportivos e sociais no concelho de Braga.

Relativamente ao pagamento das rendas por parte da SGEB, o presidente da autarquia assegurou que, neste momento, não há nenhum incumprimento. "As únicas rendas suspensas devem-se à detecção de falhas na construção dos equipamentos. Todas as restantes rendas estão a ser liquidadas normalmente, com muito custo para todos os bracarenses", rematou Rio.

 

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