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António Costa reduziu 758 milhões ao passivo da câmara de Lisboa em quatro anos

Autarca de Lisboa fez na quinta-feira à tarde o balanço do mandato que iniciou em 2009, onde destaca a redução de 758 milhões ao passivo da câmara e de mais de dois mil funcionários. O presidente admitiu que até a sua mãe ficou irritada com as alterações à rotunda do Marquês.

Bruno Simão/Negócios
07 de Junho de 2013 às 01:11
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“Era difícil poder ter feito algo de mais interessante nestes quatro anos”. Foi assim que o presidente da Câmara de Lisboa resumiu o mandato que está prestes a terminar à frente da maior autarquia do País. A alicerçar este balanço positivo estão resultados positivos no controlo das finanças camarárias: o passivo total passou de 1.952 milhões de euros em 2009 para 1.194 milhões no final do ano passado, caindo 758 milhões de euros nestes quatro anos.

 

Uma redução que resulta do “esforço de rigor na gestão financeira do município”, elogiou António Costa. Também a dívida bancária foi reduzida em 447 milhões de euros, situando-se, em 2012, nos 350 milhões de euros. Uma dívida que, segundo António Costa, resulta “da erradicação das barracas” e que seria “criminoso” amortizar antecipadamente, porque tem taxas de juro “extraordinárias”. O autarca apresentou estes dados no Fórum Lisboa, que se encheu de lisboetas e de várias caras conhecidas das artes e da política.

 

A dívida a fornecedores “deve estar nos 20, 21 milhões de euros”, o que compara com 109 milhões de euros em 2009. Também os custos de exploração diminuíram 34 milhões de euros para um total de 495 milhões em 2012. Estes resultados permitiram ao município de Lisboa atingir um endividamento líquido zero (a diferença entre os passivos e os activos). O que significa que o município de Lisboa tem capacidade de se endividar.

 

António Costa sublinhou, no início da sua intervenção, que “era difícil encontrar um mandato em que tantas crises” ocorressem ao mesmo tempo. Mas acabou por ser neste mandato que António Costa conseguiu resolver um diferendo que opunha Lisboa ao Estado desde 1989: a propriedade dos terrenos do aeroporto. Para não pôr em risco a privatização da ANA, o Governo aceitou pagar 286 milhões de euros ao município pelos terrenos, o que permitiu a Costa equilibrar ainda mais as contas.

 

Alterações na rotunda reduziu poluição em 16%

 

O presidente da câmara explicou que as alterações à circulação na rotunda do Marquês surgiram depois de o Estado ter sido multado em 1,8 milhões de euros pelo Tribunal Europeu de Justiça, por causa dos níveis de poluição registados na Avenida da Liberdade. E anunciou que, desde que foi aprovada a circulação com duas rotundas, o nível de poluição desceu 16% e passou a haver, em média, menos três mil carros a circular na zona. Costa reconheceu que as alterações foram problemáticas, até para a sua família. “A minha mãe diz que já não pode ir à Avenida da Liberdade”, contou, entre risos.

 

A autarquia lisboeta reduziu mais de dois mil funcionários desde que António Costa é presidente. “Em 2001 éramos mais de 11.500”, lembrou Costa, sublinhando que no final de 2012 o pecúlio já “só” registava 9.360 trabalhadores. Para a redução contribuiu a pouca entrada de pessoal. “Fomos muito limitativos na contratação de pessoal, só contratamos em três sectores”: cantoneiros, bombeiros e motoristas.

 

Ao contrário do que afirma o Governo, António Costa crê que “nos próximos anos vai ser difícil mobilizar investimento”, que estará muito dependente dos fundos comunitários. Para isso, o executivo lisboeta entregou ao Governo um documento que sinaliza dez áreas prioritárias de intervenção, como a reabilitação urbana ou o turismo.

 

A assistir ao balanço de António Costa estiveram o ex-ministro das Obras Públicas, Mário Lino, o actor Paulo Pires, o cantor Camané, o realizador João Canijo e várias figuras do PS, a começar pela presidente do partido, Maria de Belém Roseira, e incluindo Jorge Lacão, Vitalino Canas, Marcos Perestrello ou Duarte Cordeiro.

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