António Costa anunciou esta quarta-feira, publicamente, que está de saída da Câmara de Lisboa. O discurso do líder do PS, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, foi presenciado por volta das 12h30 por várias dezenas de elementos da autarquia. Costa começou por agradecer a todos os funcionários o "empenho e dedicação" e às equipas de vereação o "apoio e colaboração". Terminou a dar boas notícias a Fernando Medina, que o vai substituir: "hoje a casa está arrumada, a câmara a funcionar, o futuro programado", sustentou.

"Sempre em contraciclo, nestes sete anos saneámos as finanças municipais e dinamizámos a economia da cidade", relembrou Costa, acrescentando que, consigo à frente da maior câmara do país, "introduzimos rigor na gestão e planeamento urbano" e "inovámos na mobilidade e ambiente urbano, na participação cidadã e na descentralização".

"Nestes sete anos, Lisboa recuperou a auto-estima, orgulhosa da sua identidade bairrista e universalista", destacou Costa, sublinhando que "nestes sete anos vencemos a crise municipal e enfrentámos a crise nacional". "Devolvemos estabilidade ao município com uma maioria plural que se soube abrir", assinalou, recordando os "compromissos alargados que consolidaram todas as reformas estruturantes".

Em resumo, "hoje a casa está arrumada, a câmara a funcionar, o futuro programado, com um quadro financeiro sustentado numa gestão de rigor e de ambição realista". Por isso, "é tempo de encerrar um ciclo e abrir um novo, no município e no país".

Saída não foi forçada pelo desastre eleitoral na Madeira, garante Costa

E o protagonista desse novo ciclo é Fernando Medina, o número dois da lista, que toma posse na próxima segunda-feira, 8 de Abril. "Sei que deixo o município em boas mãos, numa transição preparada e planeada, que concretizamos hoje, quando estamos a seis meses das eleições", relembrou. Mais tarde, questionado pelos jornalistas sobre se o anúncio da saída foi precipitado pelo desastre eleitoral do PS nas eleições regionais madeirenses, Costa repetiu que não, que este calendário "já estava programado".

A terminar, votos de bom trabalho. "A todos os autarcas da cidade, às assembleias e juntas de freguesia, à Assembleia Municipal e à Câmara de Lisboa, e ao meu sucessor, desejo as maiores felicidades", afirmou. "Por mim, sinto em consciência ser meu dever concentrar-me agora, como fiz há oito anos, com o mesmo espírito, energia e determinação a servir agora Portugal e os portugueses", projectou. O líder socialista vai agora concentrar-se em exclusivo na sua candidatura a primeiro-ministro. As eleições legislativas vão ter lugar em Setembro ou Outubro.

Duarte Cordeiro, vereador de Costa e líder da concelhia de Lisboa do PS, disse, no final, que o autarca fez "um trabalho extraordinário" e disse que há "um antes e um depois de António Costa".