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Madeira queimada pode render 1,5 milhões de euros ao Estado

Mais de 60 lotes de lenha queimada nas matas públicas dos distritos de Leiria, Coimbra, Guarda, Viseu e Castelo Branco foram colocados à venda em hasta pública. Governo vai "reservar madeira" para ajudar indústria do pinho.

Carlos Barroso/CM
22 de Janeiro de 2018 às 11:32
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O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas colocou à venda, em hasta pública, um total de 61 lotes de lenha queimada, que abrangem uma área de mais de 1.700 hectares de matas que estão no domínio público e quase meio milhão de árvores, por um valor acumulado que ronda os 1,5 milhões de euros.

 

O somatório dos preços-base de licitação destes lotes, que correspondem a mais de 96 mil metros cúbicos de madeira afectada pelos fogos do ano passado, é avançado pelo JN esta segunda-feira, 22 de Janeiro, dia em que o presidente do instituto público que gere as matas nacionais, Rogério Rodrigues, apresenta o plano de corte desta madeira, na Marinha Grande.

 

Segundo documentação do ICNF, o material lenhoso que está em alienação é proveniente das Matas Nacionais do Pedrógão, Leiria, Urso, Dunas de Quiaios e da Covilhã e dos Perímetros Florestais da Serra do Crasto, S. Salvador, S. Matias, Seixo e Facho, Serra da Estrela, Castanheira de Pera, Alge e Penela e Serra da Lousã, Sra. Necessidades, Rabadão e da Pampilhosa da Serra.

 

O plano passa por aproveitar "as árvores de maior parte e mais valiosas" nesta primeira fase. A seguir, detalhou ao mesmo jornal uma fonte oficial do Ministério da Agricultura, tutelado por Capoulas Santos, avançam então as "árvores de menor porte e com qualidade inferior, que serão aproveitadas para estilha, nomeadamente para utilização em ‘pellets’ e centrais de biomassa".

 

"Reservar" para ajudar indústria do pinho

 

No pinhal de Leiria, que ardeu quase por completo nos incêndios de Outubro de 2017, o corte de madeira queimada já arrancou. E um dos principais objectivos do plano passa pela reserva de madeira, segundo expressou à Antena 1 o secretário de Estado das Florestas, apontando-a como uma forma de ajudar, no médio prazo, as empresas florestais que actuam neste segmento.

 

"A indústria do pinho em Portugal vai viver momentos muito complicados e, portanto, vamos armazenar madeira de melhor qualidade durante um ou dois anos, exactamente para poder entrar na indústria nos momentos em que a indústria tiver a maior quebra na sua procura", detalhou Miguel Freitas, desvalorizando o facto de não ficar concluída até ao próximo Verão a limpeza desta que é a principal mata pública do país. "Nesta altura aquilo tem muito pouco para arder. Não me preocupa muito", justificou o governante.

 

Na semana passada, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, assumiu como "prioridade absoluta" do Governo garantir que a limpeza dos matos esteja terminada até Maio, adiantando que foram identificadas 19 áreas de maior risco de incêndios florestais – a lista será "subsequentemente divulgada a todos" –, assim como os municípios, freguesias e aldeias em que se verifica um maior risco.

 

A 15 de Janeiro, o ministro do Ambiente, José Matos Fernandes anunciou que vai ser lançado um novo concurso ainda este ano para a contratação de mais 25 vigilantes da natureza e que há a intenção de serem contratados mais 25 em 2019. O governante calculou que espera assim "duplicar" o número de vigilantes durante a actual legislatura, que arrancou com "menos de 120" funcionários nestas funções.

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