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"Don't worry, be happy," diz Putin sobre a saída dos EUA do Acordo de Paris
O chefe de Estado russo pede aos líderes internacionais que se concentrem no futuro e em criar condições para melhorar o Acordo, mais do que no anúncio do abandono dos EUA.
O líder russo Vladimir Putin pediu que os líderes mundiais não culpem o seu homólogo norte-americano pela decisão de saída dos EUA do Acordo de Paris. E desejou que as forças internacionais se concentrem em criar condições para melhorar o acordo, sem preocupações com o que "está dito".
Citado pelo Financial Times, Putin – numa referência humorística ao caso feita durante uma conferência em São Petersburgo – brincou com o facto de Moscovo ter sido recentemente afectado por más condições atmosféricas (incluindo neve em Junho) para dizer que o líder norte-americano não deve ser responsabilizado pelos caprichos do tempo.
"Agora podemos culpá-lo a ele e ao imperialismo americano, é tudo culpa deles. Mas não o faremos," garantiu, assumindo no entanto que preferia que os EUA se tivessem mantido dentro do acordo, o que possibilitaria também uma melhor posição negocial para os norte-americanos.
Segundo a Reuters, o líder russo disse que ainda há tempo para criar condições para alcançar um acordo. "O que está dito, está dito. Agora temos de pensar em avançar," pediu Putin, que acrescentou ainda a frase "don't worry, be happy " ("não se preocupem, sejam felizes", numa tradução literal.)
A Rússia é um dos países que, apesar de ter assinado o Acordo de Paris em 2015, não o ratificou ainda. Esta sexta-feira, 2 de Junho, Vladimir Putin classificou o acordo como um "bom documento", mas que cabe aos países que o assinam cumprir com os objectivos a que se propuseram.
E acrescentou que Moscovo ainda não ratificou o entendimento porque está por estabelecer a forma como vão ser implementados os cortes das emissões de CO2 e que é necessário garantir que a sua implementação não vai levar a um aumento do desemprego nem da pobreza.
O presidente norte-americano Donald Trump anunciou esta quinta-feira a intenção de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global e travar os efeitos das alterações climáticas no planeta.
Trump argumentou com o impacto negativo que a adopção das medidas teria no emprego e na economia dos Estados Unidos e alegou que tem um mandato para defender os interesses dos EUA. A saída, afirmou, pretende o reinício de negociações.