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Apetro e ACAP defendem que metas do Governo para redução do CO2 são irrealistas

Luís Mira Amaral acusa o Governo de esquecer a ferrovia nos planos em curso para a transformação do setor dos transportes.

Sara Matos
16 de Setembro de 2019 às 12:40
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Os setores das empresas petrolíferas e automóvel consideram que as metas estabelecidas pelo Governo para a redução das emissões de CO2 não são realistas. "O Governo foi mais papista do que o Papa", defendeu Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Na opinião do representante da indústria automóvel, o Plano de Energia e Clima (PNEC) "vai mais à frente daquilo que a própria União Europeia definiu".

 

Pelas mesmas razões, o presidente da associação que representa as petrolíferas, António Comprido, considera que "há algum romantismo na forma como o Governo fixou as metas. É tão importante ser ambicioso como realista", acrescentou. 

 

Os responsáveis falavam no final da apresentação de um estudo da KPMG encomendado pela Apetro sobre a redução das emissões de CO2 em Portugal até 2030 e o papel da indústria petrolífera. Uma das conclusões deste estudo, que tem como base as metas do PNEC e do roteiro nacional de carbono 2050, é a poupança fiscal em 2,6 mil milhões de euros. Um passo que será alcançado com o aumento do número de veículos elétricos até 2030, por exemplo, e um cenário que "depois terá que ser resolvido pelos governos", como apontou Carlos Solé, sócio da KPMG Espanha, que elaborou o estudo.

 

Já Luís Mira Amaral, aproveitou para  sublinhar que "ao contrário do PNEC, este estudo tem contas". Para o presidente dos Conselhos da Indústria e da Energia da CIP, o plano apresentado pelo Ministério tutelado por Matos Fernandes "é irrealista".

 

Outro ponto do PNEC apontado pela negativa por Mira Amaral prende-se com o facto de "esquecer o setor  ferroviário" na reestruturação do setor dos transportes para alcançar as metas de descarbonização propostas. "Para o Governo é só preciso intensificar a energia renovável e os carros eléctricos" para cumprir objetivos. "O Governo esquece a ferrovia", acrescentou.

No final da apresentação do estudo, confrontado pelos jornalistas com estas críticas, Matos Fernandes respondeu que "quem acha que é irrealista pensa mal, é porque não leu os documentos", disse referindos ao PNEC e ao roteiro para a neutralidade. "Pensam mal aqueles que pensam que para Portugal ser neutro é preciso apenas fechar umas chaminés", acrescentou o ministro do ambiente. 

(Notícia atualizada às 14:50 com as declarações do ministro do Ambiente)

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