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Alterações climáticas são “máquina do apocalipse”

Joe Biden foi a Glasgow prometer uma “liderança pelo exemplo” no esforço da redução das emissões com efeito de estufa. António Guterres afirmou que “basta de brutalizar a biodiversidade” e Boris Johnson avisou que é urgente agir.

Joe BIden e Boris Johnson surgiram em Glasgow alinhados no combate às alterações climáticas.
Joe BIdem e Boris Johnson surgiram em Glasgow alinhados no combate às alterações climáticas. Reuters
01 de Novembro de 2021 às 21:12
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Nas palavras existe um alinhamento. Nas práticas, nem por isso. A Cimeira de Líderes Mundiais da 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26) que decorre em Glasgow, na Escócia, suporta esta constatação. As palavras que se ouviram vão no sentido de travar as alterações climáticas e os discursos baseiam-se nesta premissa.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi a Glasgow prometer uma “liderança pelo exemplo” no esforço da redução das emissões com efeito de estufa e introdução de energias renováveis, enfatizando o potencial para o crescimento económico.

No seu discurso, Biden prometeu “investimentos históricos em energia limpa”, benefícios fiscais para a instalação de painéis solares e isolarem as casas e aquisição de veículos elétricos, ao mesmo tempo que exaltou o potencial de criação de postos de trabalho no fabrico de painéis e torres eólicas, instalação de cabos para as redes elétricas e produção de sistemas de captura de dióxido de carbono.

Por sua vez, Boris Johnson, no mesmo palco, tomou o pulso à diferença entre as palavras e as práticas. O primeiro-ministro britânico avisou os líderes mundiais que a “raiva e impaciência do mundo serão impossíveis de conter” se não conseguirem entender-se para conter as alterações climáticas, uma “máquina do apocalipse” que é preciso desarmar.

“Podemos não nos sentir um James Bond, mas temos a oportunidade e o dever de fazer desta cimeira o momento quando a Humanidade começou a desarmar essa bomba, o momento quando começámos irrefutavelmente a virar a maré e a lutar contra as alterações climáticas”, afirmou Boris Johnson.

O secretário-geral das Nações Unidas afinou pelo mesmo diapasão. “É hora de dizer basta. Basta de brutalizar a biodiversidade, basta de matarmo-nos a nós mesmos com carbono, basta de tratar a natureza como uma latrina (...) e de cavar a nossa própria sepultura, declarou António Guterres.

O líder da ONU pediu o fim do “vício em combustíveis fósseis, que está a levar” o clima “ao limite”, e que, apesar de recentes anúncios até podem dar a impressão de que a humanidade “está a dar a volta por cima”, “isso é uma ilusão”, apontando que, na verdade, o planeta deverá aquecer 2,7 graus até ao fim do século.

Angela Merkel defendeu uma medida concreta para travar o aquecimento global. “Apelo a que se coloque um preço nas emissões de dióxido de carbono, como já fazemos na União Europeia, como a China pretende fazer e como precisamos de aplicar noutros países do mundo. Se o fizermos, podemos garantir que as nossas indústrias, as nossas atividades económicas desenvolvem as melhores tecnologias e métodos para atingirem a neutralidade carbónica”, propôs a chanceler alemã.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

 

Mais de 120 líderes políticos estão reunidos em Glasgow, na COP26.
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