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Na última avaliação, FMI continua a pedir mudanças "profundas" e "duradouras"

A 12ª e última avaliação da troika foi concluída quinta-feira à noite com sucesso. No comunicado enviado hoje às redacções, o FMI, Comissão Europeia e BCE continuam a pedir a Portugal mudanças "profundas" e "duradouras", que representem uma "ruptura com o passado".

Pedro Elias/Negócios
02 de Maio de 2014 às 15:06
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A 12ª e última avaliação da troika foi concluída quinta-feira à noite com sucesso. No comunicado enviado hoje, 2 de Maio, às redacções, o FMI, Comissão Europeia  e BCE continuam a pedir a Portugal mudanças "profundas" e "duradouras", que representem uma "ruptura com o passado".

 

O comunicado da troika segue exactamente a ordem de temas abordados pelo vice-primeiro-ministro na conferência de imprensa desta tarde. A economia está a fazer uma recuperação mais sólida do que se antecipava, o acesso de Portugal aos mercados melhorou "acentuadamente" e as reformas estruturais exigidas pelos credores foram implementadas.

 

No entanto, persistem ainda vários riscos no médio prazo. Por um lado, a troika admite que a evolução das contas públicas pode ser negativamente afectada por alterações no tratamento de activos por impostos diferidos ("deferred tax assets") e "pelo tratamento estatístico dos esforços para gerir de forma mais eficaz o sobre-endividamento de algumas empresas públicas". Factores que poderão levar a revisões em alta do défice e da dívida pública.

 

No sector financeiro, a troika elogia os progressos em torno da solidez dos bancos, mas avisa que a torneira do crédito continua demasiado apertada. "O acesso ao crédito bancário a um custo razoável é ainda limitado para empresas viáveis mas fortemente endividadas, nomeadamente pequenas e médias empresas", pode ler-se no comunicado.

 

De uma perspectiva mais geral, Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu pedem a Portugal um compromisso de médio prazo com reforma e esforços de consolidação orçamental. Identificam "problemas persistentes na estrutura e no funcionamento dos mercados" e dizem ser "necessário um mercado de trabalho mais dinâmico". Leia-se, são precisas mais medidas.

 

"A fraca concorrência em certos sectores da economia impede maiores ganhos de produtividade e de competitividade", refere a troika. "Os elevados níveis de endividamento na economia, em conjugação com importantes custos de financiamento numa conjuntura de baixa inflação, acentuam a necessidade de medidas decisivas destinadas a reduzir a dívida das empresas e os respectivos prémios de risco."

 

Apesar de esta ser a última avaliação da troika e de os credores reconhecerem que Portugal fez tudo o que lhe foi pedido, o comunicado continua a falar da necessidade de mudanças profundas. "As actuais condições económicas e financeiras favoráveis não devem conduzir a uma atitude complacente", argumentam, pedindo um consenso social em torno de "linhas gerais" de médio prazo. "Tal exigirá uma importante ruptura com o passado e um compromisso para uma mudança profunda e duradoura", concluem.

 

(Notícia actualizada às 15h20 com mais informação)

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