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El País: Bruxelas prepara programa cautelar para Portugal
A Comissão Europeia estará já a trabalhar num programa cautelar para Portugal, escreve o “El País”, que diz que essa possibilidade também se coloca para o caso irlandês. Em causa está dotar o país de uma linha de crédito preventiva para apoiar o regresso aos mercados, no pós-2014.
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O jornal espanhol escreve que a Comissão Europeia está já a preparar uma programa cautelar para Portugal, acrescentando que uma segunda ronda "branda" de ajudas sem o FMI está também a ser explorada para a Irlanda. O objectivo é o de dotar ambos os país de uma almofada financeira para ajudar o regresso ao financiamento nos mercados.
Um programa cautelar para o pós-troika envolverá essencialmente o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e o BCE, e há vários meses que está a ser equacionado. Esta "rede de segurança" assentará no MEE, o fundo de resgate detido pelos países do euro, que poderá até determinados limites comprar dívida pública do país apoiado no mercado primário caso os investidores exijam rendibilidades proibitivas. O BCE actuará na retaguarda, comprando no mercado secundário obrigações do país apoiado de modo a manter os respectivos juros da dívida ("yields") o mais baixo possível.
O Presidente da República Cavaco Silva tem vindo a dinamizar vários debates sobre o pós-troika, na medida em que a condicionalidade que será exigida num programa cautelar não deverá ser muito diferente da que está actualmente associada ao empréstimo de 78 mil milhões de euros concedido pela UE e FMI.
O próprio FMI, que quer reduzir a sua exposição no Velho Continente, tem vindo a apelar à Europa para que clarifique e cumpra de forma “atempada e vigorosa” as promessas reiteradas de que apoiará os países resgatados cumpridores nos seus esforços de reconquista do acesso aos mercados.
No caso da Irlanda, a possibilidade de o MEE recapitalizar directamente a banca, libertando o Estado irlandês do peso desse endividamento (que seria redistribuído pelos Estados – e contribuintes – de todos os participantes no euro) seria a melhor forma de promover um regresso duradouro aos mercados. Isto porque permitiria “dar resposta às necessidades do sector financeiro e, ao mesmo tempo, proteger a sustentabilidade da dívida e isolar o soberano do impacto de novas perdas potenciais no sector bancário", escreveu o Fundo no seu último relatório de avaliação sobre o programa irlandês.