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Portugal vai renegociar o memorando?
A recuperação do acesso aos mercados de dívida pública é a variável que definirá a inevitabilidade de um prolongamento do programa de financiamento externo por parte da União Europeia e do FMI.
Neste momento, parece provável que Portugal consiga financiar as necessidades orçamentais de 2013 sem necessitar de mais dinheiro da troika. Bastará manter-se activo no mercado de dívida de curto prazo através de bilhetes do Tesouro.
Uma resposta definitiva poderá, por isso, ser adiada. E essa será, provavelmente, a vontade do Governo, que tem pela frente um ano difícil para convencer os investidores de que podem confiar no país. Não deverá, contudo, ser preciso chegar a 2014 para que se clarifique esta questão. Regras internas forçam o FMI a terminar 2013 com certezas sobre a cobertura do financiamento nacional no ano seguinte.
Dada a dimensão da recessão, os volumes de dívida e a incerteza na Europa parece provável que algum tipo de financiamento adicional da UE seja necessário em 2014.
Foi um dos casos mais embaraçosos para o Governo em 2012, mas poderá ser uma arma no próximo. Há umas semanas, os líderes europeus decidiram condições mais favoráveis para a Grécia assentes em três condições: corte de 0,1 pontos na taxa de juro de um terço do empréstimo internacional, alongamento do prazo médio de maturidade dos empréstimos para 30 anos e carência do pagamento de juros por uma década.
Portugal começou por reivindicar as mesmas condições mas depois recuou, afirmando, contudo, que poderá ainda beneficiar de algumas delas enquadradas numa estratégia de regresso ao mercado.