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Também comprou um píxel?

Os portugueses até podiam não saber quem foi Domingos Sequeira, mas a campanha de marketing da FUEL em torno d’ “A Adoração dos Magos” fez com que o país inteiro pagasse para que a obra de arte não saísse de Portugal. Algo que lhe valeu também o Grande Prémio da edição de 2016 dos Prémios Eficácia promovidos pela APAN.

25 de Outubro de 2024 às 14:24
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Domingos Sequeira: sabe quem é? Talvez saiba, talvez não. Ou talvez só tenha descoberto há cerca de oito anos quando o jornal Público e a FUEL se associaram ao Museu Nacional de Arte Antiga para transformar uma necessidade de financiamento numa causa pública.

Tudo começou a 9 de março de 2015 quando "a Bárbara Reis, que na altura era diretora do Jornal Público, foi ter connosco [FUEL], nomeadamente com o João Ribeiro, a dizer que tinha estado numa reunião com o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga. Ele estava há quatro anos a tentar recolher 600 mil euros, junto de empresas, através de mecenas e dos mecanismos normais e não estava a ser bem-sucedido", conta João Coelho, diretor de planeamento estratégico da FUEL. O objetivo era manter em Portugal, nomeadamente no Museu Nacional de Arte Antiga, o quadro "A Adoração dos Magos", de Domingos Sequeira, uma das "mais significativas pinturas da História da Arte portuguesa", como descreve o caso submetido aos Prémios Eficácia.

A obra estava na posse dos duques de Palmela desde 1845 e estava na iminência de ser vendida, num leilão, no Reino Unido. Ou seja, corria o risco de deixar de ser património português. Foi aí que se "começou a falar na necessidade de mudar a abordagem: não fazer disto uma simples compra, mas sim uma causa que devia mobilizar não só o museu, o governo, ou as empresas, mas sim uma causa com potencial para mobilizar o país, porque se tratava de impedir que o quadro saísse do nosso território", justifica João Coelho.

Tal como referiu, na altura, o então diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel, num vídeo divulgado pela Universidade de Coimbra, mais do que recolher fundos, tratava-se de apelar à "mobilização social", sentido de "cidadania" e "responsabilidade civil", com o intuito de "construir o património que vamos deixar às gerações futuras".

O valor – 600 mil euros – tinha sido fixado pela Estado para efeitos de seguro na última vez que o quadro tinha estado exposto. E se a intenção era mobilizar o país inteiro para esta causa, então só faltava… fazer contas. "A ideia passou por transformar um quadro em 10 milhões de píxeis, para que cada português pudesse comprar um píxel e, assim, tornar a compra possível", explica o diretor de planeamento estratégico da FUEL. Por isso, cada píxel custava seis cêntimos (ou seja, 10 milhões de habitantes X 0,06€ = 600.000€). Para dar corpo à ideia, foi criado um pequeno site que mostrava o quadro, virtualmente, dividido em 10 milhões de píxeis. Por cada 6 cêntimos doados, acendia-se um píxel, dando a possibilidade ao comprador de escolher qual a peça do quadro que queria patrocinar, como se de um jogo se tratasse. Desta forma, cada português assumia também o seu papel na História de Portugal e contribuía para que a obra permanecesse em território nacional, num local onde todos pudessem apreciá-la.





Quando a campanha "Vamos pôr o Sequeira no lugar certo" foi lançada, "houve logo pessoas a participar na ação, mas mais interessante do que isso", sublinha João Coelho, foi "uma série de ações-satélite que surgiram à volta desta ação". "Municípios que se organizavam e apelavam aos seus munícipes  para participar; escolas que faziam as suas próprias angariações de fundos… A Faculdade de Belas-Artes fez um leilão de quadros para angariar fundos. Até o LUX [discoteca] fez uma festa para angariar fundos", conta. A campanha  ganhou uma "visibilidade transversal pelo país" e "houve um crescente nos contributos": "Houve um grande contributo da Fundação Aga Khan, de cerca de 200 mil euros e tenho ideia de que a EDP e a ANA Aeroportos participaram também. Portanto, houve desde a pessoa que gastou seis cêntimos e comprou um píxel à grande fundação que fez um donativo maior.

Para o diretor de planeamento estratégico da FUEL, o mais curioso é que "quando finalmente se atingiu o valor de 600 mil euros, os donativos não pararam de chegar". Segundo dados divulgados no site do Museu Nacional de Arte Antiga, a campanha decorreu entre 27 outubro de 2015 e 30 abril de 2016 e angariou um total de 745.623,40€.

Vencer o Grande Prémio da edição de 2016 dos Prémios Eficácia promovidos pela Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) foi, segundo João Coelho, "muito marcante": "Os Prémios Eficácia são os prémios, dentro desta indústria, mais valorizados pelas agências e, em particular, pela FUEL, na medida em que premeiam as ideias que conseguem produzir resultados para os nossos clientes. Portanto, não é a criatividade pela criatividade, que também é importante, mas são prémios em que se demonstra que determinada ideia conseguiu produzir o resultado pretendido. E, portanto, ganhar um prémio de eficácia é sempre algo muito valioso para a reputação das agências e para a própria satisfação, quer dos clientes, quer das pessoas que trabalham nas agências. Ganhar um grande prémio é o máximo dessa satisfação."

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