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Sustentabilidade e inovação de mãos dadas em projetos com ambições globais

A maioria das grandes empresas e quase metade das PME já incorporaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas suas estratégias de negócio. Este facto reflete-se nos projetos financiados pelo PRR, que apresentam grandes ambições globais, incluindo nas áreas agrícola, florestal e alimentar.

13 de Dezembro de 2024 às 10:16
Nuno Gonçalves, administrador do IAPMEI
Nuno Gonçalves, administrador do IAPMEI
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A conferência Go Wide - Inovar com Impacto acolheu a 11.ª edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola. A iniciativa da Agroglobal Wide, uma parceria entre a Agroglobal e a Consulai, contou com o apoio da Rede Nacional PAC e com o patrocínio institucional do Crédito Agrícola. O evento aconteceu no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, com o objetivo de mobilizar o ecossistema de inovação nos setores da agricultura, alimentação e floresta, bem como divulgar e promover os projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência nessas áreas. O alinhamento entre inovação e sustentabilidade foi um dos grandes focos de debate no evento e a ligação que mais se destacou nos vários projetos apresentados nas sessões.

Nuno Gonçalves, administrador do IAPMEI, trouxe detalhes sobre as seis agendas mobilizadoras e verdes afetas ao setor, que vão absorver apoios de mais de 300 milhões de euros, e sublinhou o bom trabalho que o tecido empresarial português tem vindo a realizar na integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU nas suas estratégias.

O terceiro relatório do Observatório ODS nas Empresas Portuguesas, já deste ano, mostra que "o mundo dos negócios está cada vez mais alinhado com a sustentabilidade", frisou. Apura-se aí que 83% das grandes empresas têm os ODS já incorporados no seu modelo de negócio.

Nas PME, a taxa é de 40%, com a nota de que na amostra só estão PME Líder. Num universo mais alargado, a percentagem será mais tímida, mas a maior parte das empresas nacionais já vê a sustentabilidade como uma oportunidade de negócio (67%, segundo o mesmo relatório). Para Nuno Gonçalves, a razão é simples.  O caminho tem de ser o mesmo para empresas de todas as dimensões, até por questões de acesso a crédito e negócio. É este o caminho para chegar às cadeias de valor que "pagam o justo valor por serviços inovadores". "Não precisam de trabalhar os 17 ODS em simultâneo. Escolham os que mais se identificam com o vosso plano de negócios e definam metas a médio prazo", sugeriu o responsável.


"Não precisam de trabalhar os 17 ODS em simultâneo. Escolham os que mais se identificam com o vosso plano de negócios e definam metas a médio prazo."


Nuno Gonçalves, Administrador do IAPMEI




Mobilizar para abrir horizontes e chegar a novos mercados


Os representantes de duas agendas mobilizadoras subiram também ao palco para falar do rumo e das metas dos respetivos projetos. Josué Clemente, que apresentou a Agenda Mobilizadora TEC4GREEN, com uma taxa de execução de 35%, sublinhou a oportunidade que a iniciativa traz para "alargar a cadeia de valor do setor e encontrar novas formas de valorizar o que fazemos", nomeadamente subprodutos que antes não eram aproveitados.

O consórcio, que está focado em trazer inovação para o setor agroindustrial, está a desenvolver uma nova geração de produtos para proteção de plantas e nutrição (como novos fertilizantes), tecnologias de digital farming e ferramentas para avaliar a retenção e as emissões de CO2 .

O Pacto da Bioeconomia Azul está a pôr no terreno investimentos de 133 milhões de euros, dos quais 94 milhões de euros são financiados pelo PRR. Os 51 produtos e serviços de biotecnologia azul que pretende lançar em várias áreas vão contribuir para a "descarbonização e reindustrialização da economia portuguesa". Junta 83 membros e uma ambição que vai muito além das metas e dos prazos do projeto, como reconheceu Miguel Marques, noutra das intervenções do evento.

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