A capacidade de escalar e ganhar dimensão tem sido um problema do país, que é preciso vencer perante esta nova oportunidade.
O professor catedrático e ex-deputado europeu defendeu num dos debates da conferência Go Wide que Portugal precisa de um novo Plano Tecnológico, para alinhar estratégias e potenciar inovação.
"Faz falta ao país [um Plano] para agregar medidas que integrem uma estratégia nacional que permita tirar partido, em todos os setores, do atual momento de disrupção tecnológica e geopolítica e ganhar escala", disse o homem que coordenou a iniciativa entre 2005 e 2009, frisando o impacto e a abrangência que a inteligência artificial começa a ter em todos os setores.
A nível europeu, e olhando concretamente para a agricultura, também há mudanças importantes a fazer, concordaram os oradores. Zorrinho antecipou que "não vai haver condições para uma PAC que em muitos setores o que faz é garantir o preço. Com os recursos e escassez que temos, os apoios vão ser direcionados para uma verticalização dos fundos" e para uma autonomia estratégica que deve começar em cada país, defendeu.
Miguel Morgado, no mesmo painel, lembrou que a UE tem vindo a fazer alterações importantes à política agrícola desde 2021, com a aposta numa lógica de "subsidiar para produzir" a perder força e sublinhou que, com os desafios atuais, os decisores terão de considerar cada vez mais outros temas, deixando um exemplo.
"Hoje acho que começa a perceber-se que tem de ser reconhecida a importância de outras tarefas do agricultor, que também é um zelador do território e que tem de ser remunerado para isso. Isso deve ser perpetuado na PAC e no tempo", apontou o comentador político.