Já são conhecidos os vencedores da 11.ª edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola, uma iniciativa que, há mais de uma década, tem vindo a promover ideias e soluções inovadoras para os setores agrícola, agroalimentar e florestal.
Licínio Pina, presidente da instituição e do júri do Prémio, é também o mentor do programa, que ao longo dos anos tem evoluído "em função das circunstâncias com impacto nas economias globais, designadamente ao nível ambiental, social e de governança das próprias empresas", como explicou o responsável à margem do evento de entrega das distinções.
"O ESG veio trazer uma alavanca transformadora ao próprio projeto do Prémio", com os temas da proteção ambiental a ganharem destaque, mas também o impacto social que cada projeto pode ter nas áreas a que se aplica. "Os projetos que procuramos destacar não valem apenas pela ideia inovadora. Têm de ser projetos transformadores e que alavanquem a economia regional."
Licínio Pina sublinha que a iniciativa "é já uma referência para a comunidade científica no setor", tendo conseguido impulsionar "projetos muito inovadores e interessantes, alguns já completamente lançados na economia, que ganharam tração e contribuíram para o desenvolvimento económico das regiões" e dos setores onde se inserem.
Exemplos de sucesso já distinguidos
Em retrospetiva, o presidente do Crédito Agrícola reconhece que a qualidade dos projetos concorrentes de ano para ano tem vindo a melhorar, num reflexo do nível de conhecimento e inovação que os promotores lhes aportam. O apoio que conseguem com o prémio é um "pequeno impulso financeiro para poderem projetar a ideia" e levá-la mais longe. Os exemplos desse impacto já são vários.
"No Crédito Agrícola perseguimos um caminho de sustentabilidade ambiental, social e de governação. Estamos preocupados com os temas ambientais, mas estamos também seriamente preocupados com os temas sociais."
Licínio Pina, Presidente do Grupo Crédito Agrícola
"Na primeira edição tivemos um projeto inovador de um estudante de doutoramento em engenharia mecânica, que estava a desenvolver um robot para a apanha de fruta e que acabou por se afirmar como uma inovação importante para o setor frutícola", exemplificou Licínio Pina.
"Têm surgido alguns produtos com proteínas à base de insetos que são também o resultado de inovações que apoiamos em fase inicial e que entretanto se converteram em projetos já com uma dimensão considerável no mercado". Os projetos apoiados nesta área, lembrou, acabaram por "dar também um contributo para alterar hábitos alimentares". Se em países asiáticos, os insetos já eram muito consumidos, em Portugal isso não acontecia e "este tipo de projetos conseguiu preencher um nicho de mercado que tem tido grande sucesso".
As linhas que balizam o Prémio acabam por estar também elas ligadas ao posicionamento da instituição. "No Crédito Agrícola perseguimos um caminho de sustentabilidade ambiental, social e de governação. Estamos preocupados com os temas ambientais, mas estamos também seriamente preocupados com os temas sociais", sublinhou Licínio Pina.
O gestor destacou que não há "banco no país que contribua mais para reduzir as assimetrias regionais", e deixou alguns argumentos para o justificar, no encerramento da conferência onde este ano se incluiu a entrega do Prémio. "Somos nós que temos a maior rede bancária presente no meio rural. Somos nós, o banco com mais pessoas a trabalhar e somos nós que mais contribuímos para o emprego e para o desenvolvimento local e regional".
179 Projetos a concurso
Esta edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola foi a segunda mais concorrida de sempre, demonstrando o crescente interesse dos setores agrícola, agroalimentar e florestal pela iniciativa e a sua evolução em Portugal. Os vencedores levaram para casa um total de 30 mil euros, distribuídos por cinco distinções. Além das cinco categorias principais, com prémios de 5 mil euros cada, houve ainda duas distinções adicionais com prémios de 2.500 euros cada.
As categorias principais abordaram temas como a transição energética e a neutralidade carbónica, a resposta a stresses bióticos e abióticos, a valorização dos recursos endógenos e a segurança alimentar e nutricional. Além disso, foram atribuídos três reconhecimentos especiais: Projeto de elevado potencial promovido por associado Crédito Agrícola, Menção honrosa: Inovação em parceria e o Born from Knowledge Award. Esta última distinção, atribuída pela ANI, destaca o projeto que, independentemente da categoria, melhor ilustra o conceito de “projeto nascido do conhecimento”.
Os sete vencedores foram escolhidos entre 12 finalistas por um júri fixo de nove elementos, contando ainda com mais dois membros específicos para cada uma das quatro categorias principais a concurso.
São elegíveis produtos, serviços, métodos organizacionais ou de marketing inovadores, direta ou indiretamente relacionados com os setores agrícola, agroalimentar e florestal. Podem concorrer empreendedores, empresas, associações, cooperativas, fundações, bem como outras ONG, universidades, centros de I&D e organismos públicos.