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O caminho está a ser feito mas há debilidades

Apoios governamentais, legislação e infraestruturas de carregamento têm de melhorar.

24 de Fevereiro de 2025 às 15:11
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O número de veículos elétricos a circular nas estradas portuguesas continua a aumentar. A consciência ambiental dos condutores do país cresce, até porque, além das vantagens para o planeta, os fatores económicos também favorecem este cenário, que não é atual porque tem sido assim nos últimos anos. Ou seja, financeiramente compensa apostar num eletrificado.

Todavia subsiste um problema: só não há mais portugueses a comprar veículos "verdes" porque o esforço que uma grande parte tem de fazer no investimento inicial é enorme. Então, o que pode ser feito pelo Governo para que sejam adquiridos no nosso país mais veículos movidos a energias alternativas? "Para incentivar a aquisição de veículos movidos a energias alternativas, o Governo deve adotar um conjunto de medidas que tornem estes veículos mais acessíveis e atrativos para os consumidores e empresas", explica o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal – ACAP, Helder Pedro. A ACAP, prossegue o responsável, identifica algumas áreas prioritárias nas quais "a legislação e os apoios governamentais podem desempenhar um papel decisivo, como o reforço dos incentivos financeiros – apoios diretos à compra, revisão da fiscalidade automóvel, a eliminação total do imposto sobre veículos –; políticas mais benéficas de incentivo ao abate; expansão e modernização da rede de carregamento, com mais infraestruturas e simplificação da instalação de carregadores privados; ou mais benefícios fiscais para empresas que invistam na aquisição de frotas elétricas, incluindo vantagens na tributação autónoma".

A ACAP considera que estas medidas são fundamentais para acelerar a transição para a mobilidade sustentável e permitir que mais portugueses tenham acesso a veículos movidos a energias alternativas. "A colaboração entre o setor automóvel, o Governo e outras entidades é essencial para garantir que a transição seja eficiente e benéfica para toda a economia", reforça Helder Pedro.

Por sua vez a PRIO também aponta os apoios fiscais governamentais que, "por si só, não são suficientes para aumentar a aquisição de veículos elétricos". Em resposta institucional, a empresa diz que "para que haja mais veículos elétricos, é essencial que exista uma infraestrutura adequada para os servir". "Portanto, os apoios não deveriam ser direcionados apenas aos consumidores, mas também às empresas que investem nesta infraestrutura. Além disso, é necessário continuar a sensibilizar os consumidores sobre os benefícios dos veículos elétricos e a importância da sustentabilidade ambiental", recordam os responsáveis da PRIO.

Rede de carregamento
No que diz respeito à infraestrutura de carregamento, a ACAP reconhece que Portugal "tem feito progressos" na expansão da rede de carregamento para veículos elétricos, mas considera que "ainda há desafios significativos a superar para acompanhar o crescimento da mobilidade elétrica".

Para que a infraestrutura de carregamento acompanhe o ritmo de crescimento da mobilidade elétrica, a ACAP considera essencial: a expansão da rede para todo o território nacional, garantindo postos de carregamento em zonas rurais e de menor densidade populacional, o reforço da rede de carregamento rápido e ultrarrápido, especialmente em autoestradas e áreas de grande tráfego; simplificação da instalação de carregadores em edifícios residenciais e comerciais, com incentivos para condomínios e empresas; garantia de manutenção eficiente dos postos de carregamento, evitando períodos prolongados de inoperacionalidade.

Neste contexto, Helder Pedro assegura que a ACAP vai continuar "a acompanhar de perto este tema e a trabalhar em conjunto com o Governo e as entidades responsáveis para garantir que a infraestrutura de carregamento esteja à altura das necessidades do setor e dos consumidores, permitindo uma transição energética mais eficiente e acessível".

Já os responsáveis da PRIO referem que Portugal tem estado "num bom caminho naquilo que diz respeito à mobilidade elétrica, sendo dos países que mais tem crescido a este nível". No entanto – acrescenta a marca – "há ainda debilidades na infraestrutura de carregamento que têm de ser colmatadas, não estando dependentes apenas das empresas, mas também do próprio Governo". Segundo a marca, é essencial que haja um esforço conjunto para melhorar a rede de carregamento, especialmente em áreas menos urbanizadas, para garantir que todos os utilizadores de veículos elétricos tenham acesso a carregamentos rápidos e eficientes.

A colaboração entre o setor automóvel, o Governo e outras entidades é essencial para garantir que a transição seja eficiente e benéfica para toda a economia.Helder Pedro, secretário-geral da ACAP
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