Fundada em 1968, a Silvex é uma empresa portuguesa que soube diferenciar-se pelo investimento na sua sustentabilidade e dos seus produtos. Hernâni Magalhães, diretor- geral da empresa refere que “a Silvex trabalha na sua sustentabilidade há mais de 20 anos. Temos um caminho feito que só é possível com o envolvimento de toda a empresa”. Uma ideia que é reforçada por Natércia Garrido, responsável pelo Sistema de Gestão Silvex: “O ESG é algo que faz parte do ADN da Silvex. São políticas com as quais a empresa cresceu e que sempre estiveram nas nossas boas práticas.”
Compromissos claros
Uma realidade que se materializa num conjunto de compromissos formais da empresa no domínio da sustentabilidade, e que incluem a promoção da economia circular em toda a sua cadeia de valor; desenvolvimento de produtos alternativos ao plástico de origem fóssil; redução da pegada de carbono com medidas de eficiência energética e utilização de energia renovável; redução do desperdício e compostagem; fomento de uma cadeia de valor sustentável; e a valorização das pessoas e apoio à comunidade.
Mas se estes são os compromissos atuais, a sustentabilidade, no seu sentido mais amplo, tem um histórico na Silvex. “Um exemplo dessa postura histórica é o facto de sempre termos tido pessoas com necessidades especiais a trabalhar na empresa. Ou o facto de termos sido pioneiros a colocar no mercado sacos com material reciclado na composição. Ou de termos uma tradição de compostagem dos resíduos do nosso refeitório, envolvendo os colaboradores”, explica Natércia Garrido. Igualmente significativo é o facto de a empresa estar certificada em gestão ambiental há mais de 12 anos, bem como de estar certificada em gestão da qualidade e em segurança e higiene no trabalho. Ou seja, como sublinha a responsável, “o ESG para nós não é nada de novo. Na Silvex é uma obrigação e responsabilidade empresarial que nós implementamos há muitos anos”.
Oportunidades e ameaças
Estas boas práticas trazem consigo boas oportunidades, “principalmente no que diz respeito à nossa competitividade a nível europeu, onde conseguimos envolver os nossos parceiros – fornecedores e clientes – na implementação de medidas de sustentabilidade. São empresas que se regem pelos mesmos valores que nós e que afirmam o seu propósito de sustentabilidade no mercado”, explica Natércia Garrido. No entanto, e por outro lado, na sustentabilidade também existem custos que retiram competitividade em alguns mercados. Como afirma Hernâni Magalhães: “Há empresas que investem em sustentabilidade e empresas que não investem em sustentabilidade. Nós competimos muito com fábricas na Ásia que não têm os mesmos objetivos de sustentabilidade, o que nos cria problemas de competitividade junto de alguns clientes. A sustentabilidade acaba por ser um custo, e um custo que é cada vez maior para as empresas europeias”, conclui.
Temos um caminho feito que só é possível com o envolvimento de toda a empresa
HERNÂNI MAGALHÃES, diretor-geral da Silvex
Projetos múltiplos
Na dimensão dos projetos atualmente em curso para fazer avançar a sustentabilidade, Natércia Garrido sublinha várias iniciativas: “Temos uma importante unidade destinada a fazer avançar a economia circular. Pensamos que uma forma eficaz de desmistificar a diabolização do plástico é reutilizar esse material e por isso recebemos aqui material que nos é enviado pelos nossos clientes, e que é reciclado e reincorporado no fabrico dos novos produtos, criando um loop de reutilização e de economia circular.” Este tipo de investimento permite à Silvex utilizar menos 40% de matéria-prima virgem na sua produção. Mas a redução da utilização do plástico estende-se igualmente ao desenvolvimento de produtos alternativos ao plástico de origem fóssil, incluindo produtos com uma percentagem elevada de matérias recicladas de até 100%; Utilização de materiais inertes no fabrico de embalagens, diminuindo em 60% o uso de materiais à base de petróleo; Criação de soluções com base em matéria-prima de origem até 100% vegetal; E produção de plásticos biodegradáveis e compostáveis.
Reduzir consumos
Na área da redução da pegada de carbono, é de destacar que a Silvex instalou um sistema de painéis fotovoltaicos para autoconsumo, que a empresa estima que cubra já 17% do consumo energético e tenha reduzido as emissões em 535 toneladas de CO2. Segundo Natércia Garrido, “este projeto vai continuar, no sentido de duplicar o nosso consumo de energia renovável e reduzir de forma ainda mais significativa as nossas emissões”. Dois outros projetos que merecem destaque nesta vertente são a conversão da frota para veículos elétricos e a mudança da iluminação para leds. Este último projeto permitiu reduzir o consumo energético em 41%.
Valorizar pessoas
Uma outra área do ESG onde a Silvex tem um histórico importante é na vertente da governança e social, de valorização das pessoas. “Temos diversos projetos baseados no envolvimento dos trabalhadores, nomeadamente com uma equipa de melhoria continua, em que têm lugar representantes dos trabalhadores, que trazem opiniões, sugestões, dúvidas”, conta o responsável. A empresa assume uma preocupação constante com a segurança, bem- -estar e evolução dos trabalhadores, bem como com a igualdade de oportunidades e formação continua. Por exemplo, segundo Natércia Garrido, “na área da saúde e segurança no trabalho, vamos muito para além do tratamento e prevenção da sinistralidade, para termos campanhas na área da saúde e atividades que incidem sobre a otimização e ergonomia dos postos de trabalho”. Todos estes aspetos, “são objeto de inquéritos que permitem a evolução, numa perspetiva de melhoria continua”, refere.
Natércia Garrido, responsável pelo Sistema de Gestão Silvex
Medir e melhorar
Esta preocupação com a sustentabilidade é apoiada pelas certificações que a empresa tem feito desde 2011 em áreas como a gestão ambiental, gestão da qualidade e segurança e higiene no trabalho. Um outro aspeto importante do caminho para a sustentabilidade passa, conforme explica a responsável, “pelos relatórios anuais de desempenho que cobrem todos os indicadores de sustentabilidade ambiental relevantes para a Silvex, como os consumos de água e energia, produção de resíduos, incorporação de material reciclado nos produtos, etc.”. Este exercício de medição e monitorização, refere, “permite que todos os anos sejam definidos novos objetivos de melhoria desses indicadores”.
O ESG é algo que faz parte do ADN da Silvex.
NATÉRCIA GARRIDO, responsável pelo Sistema de Gestão Silvex
Compromisso e investimento
Este tipo de postura e investimento na sustentabilidade só é possível porque, segundo o diretor-geral Hernâni Magalhães, “o compromisso da empresa é muito grande e inclui o compromisso do conselho de administração. Se não existir esse compromisso não é possível implementar uma política consistente de sustentabilidade e as empresas ficam-se, normalmente, por umas medidas de fachada”. Um compromisso que se tem revelado cada vez mais importante para a missão da empresa de “encontrar soluções simples para tornar a vida mais fácil”. Desde há 56 anos.