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Na Bel, rentabilidade e sustentabilidade caminham juntas

Com o mote “Para todos, pelo bem”, a Bel, empresa líder na produção e comercialização de queijo em Portugal, tem objetivos exigentes.

09 de Setembro de 2024 às 10:19
Tayeb Mouhcine, general manager South Europe na Bel
Tayeb Mouhcine, general manager South Europe na Bel
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A Bel Portugal tem vindo a afirmar a ambição de ser a empresa mais sustentável na área da produção e comercialização de laticínios e seus derivados. Líder no mercado do queijo, com marcas como Limiano, Terra Nostra, Babybel e A Vaca Que Ri, a empresa tem duas fábricas e mais de 600 colaboradores em Portugal. Neste contexto, e segundo Tayeb Mouhcine, general manager South Europe na Bel, a sustentabilidade ambiental e social da sua atividade e da sua cadeia de valor são questões-chave para que a empresa cumpra o seu mote: "Para todos, pelo bem."





Como é que a Bel vê o desafio da sustentabilidade?
A sustentabilidade é um desafio crítico para as empresas e para o futuro dos negócios e é uma questão-chave para a sociedade. É uma questão que vamos ter de gerir e resolver. No nosso caso, é um desafio para toda a cadeia de valor, e que implica uma grande transformação em todos os aspetos do negócio. Uma transformação que vai mudar a forma como trabalhamos, como inovamos e como interagimos com os consumidores e com todos os nossos stakeholders. Neste contexto, o nosso objetivo final deve ser garantir que os consumidores e os nossos clientes irão ter e escolher produtos sustentáveis.

Nesse contexto, de que forma a empresa manifesta o seu compromisso com uma maior sustentabilidade?
A Bel é uma empresa com 150 anos e que comemora este ano o seu 20.º aniversário em Portugal. O nosso compromisso com a sustentabilidade é parte da nossa missão de fornecer alimentação responsável e saudável para todos. Essa missão está expressa no nosso lema que é: "Para todos, pelo bem." Portanto, o nosso compromisso com a sustentabilidade está na nossa missão e no nosso lema, e é algo que é imperativo para nós como negócio.

Esse compromisso reflete-se no nosso modelo de negócio, em que a rentabilidade e a sustentabilidade caminham juntas. Temos de ser rentáveis para ser sustentáveis e teremos de ser sustentáveis para ser rentáveis. Em consequência, por exemplo, na Bel, o diretor financeiro é também o "gestor de impacto". Ou seja, é alguém que tem de gerir estes dois pilares e assegurar que, em cada decisão, nós consideramos ambos os fatores, financiando o negócio, mas com um foco correto na sustentabilidade.

Neste contexto, outro elemento muito importante é o nosso compromisso com o Acordo de Paris e em contribuir para a neutralidade carbónica até 2050. Finalmente, mas não menos importante, é o facto de nos assumirmos como uma empresa inclusiva, que procura envolver todos os seus stakeholders nesta missão, desafiando-os a acompanhar-nos nesta jornada de transformação.

Qual é a vossa estratégia nesta jornada para a sustentabilidade?
Na Bel, nós temos uma estratégia formalizada para a sustentabilidade, que é monitorizada por mecanismos de governação nos vários níveis da empresa, que inclui um conjunto de indicadores para cumprir e que garantem que a sustentabilidade faz realmente parte do dia a dia da empresa.

Esta estratégia tem cinco pilares de ação. O primeiro é o foco na nutrição. Nós estamos no setor da alimentação e temos de estar comprometidos com a promoção de um estilo de vida e de uma alimentação saudáveis. O segundo elemento é a embalagem responsável. Esta é uma questão fundamental para a Bel. Temos o compromisso de ter todas as nossas embalagens recicláveis até 2025 e biodegradáveis até 2030. Uma terceira vertente é a redução das emissões e a neutralidade carbónica. Nesta área, assumimos o compromisso de ter todas as fábricas carbono zero até 2025, o que nos está a exigir muito investimento e muita atenção.

Um quarto pilar, que é de extrema importância, tem que ver com o facto de 70% das emissões do negócio virem do setor agrícola. Para enfrentar esta questão, temos um conjunto grande de iniciativas, nomeadamente na promoção da agricultura regenerativa, uma área em que temos em curso vários projetos-piloto. Uma outra questão muito importante é a melhoria do bem-estar animal. Neste sentido, promovemos um produto como o Leite de Pastagem e trabalhamos com os produtores no sentido de estabelecer boas-práticas e garantir o bem-estar animal, nomeadamente com o nosso "Programa Leite de Vacas Felizes", que já tem dez anos de existência.

Finalmente, e procurando materializar o nosso lema "Para todos, pelo bem", estamos a trabalhar na disponibilização dos nossos produtos em mais pontos. Neste contexto o nosso modelo de negócio passa muito pelas quantidades de cada produto, aquilo a que chamamos "porções de goodness", com o objetivo de disponibilizar mais produtos em mais locais.

Que projetos estão a desenvolver neste momento em termos de sustentabilidade?
Nós estamos há já muitos anos numa trajetória de crescimento da sustentabilidade. Este ano está a ser importante e temos muitos projetos em curso, quer no grupo, quer em Portugal. Neste contexto, destacaria a aposta na inovação para a sustentabilidade. Essa aposta é clara nos nossos projetos para aumentar a reciclabilidade das embalagens e para fomentar a agricultura regenerativa.

Neste último caso, temos em curso cinco projetos-piloto no continente e outros cinco nos Açores, com planos de ação concretos para desenvolver boas-práticas com os agricultores. Boas-práticas essas que queremos, mais tarde, vir a estender a mais produtores. Uma outra vertente de ação é chegar à neutralidade carbónica nas nossas fábricas. Até ao fim do ano, teremos já uma das nossas fábricas a usar biomassa como combustível. É um projeto de dois milhões de euros de investimento que irá reduzir em 80% as emissões dessa fábrica.

De uma forma mais geral, temos muitos projetos em curso com os nossos fornecedores e com os nossos clientes, no sentido de aumentar a consciência e fazer avançar a sustentabilidade. Na nossa cadeia de valor temos diversos projetos, de que destacaria um com o nosso fornecedor de paletes, para atingir a neutralidade carbónica.

Finalmente, e não por último, gostava de aplaudir o esforço da nossa equipa interna de "Actores pelo Bem", uma equipa multi-departamental que contribui ativamente para sensibilizar, interna e externamente, a jornada de transformação para a sustentabilidade, e na vertente Pessoas e Planeta.

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